Bento XVI lembrou no Vaticano o “dever ético lutar contra a fome, especialmente entre as crianças, respeitando a criação”. O Papa falava ao receber, no Vaticano, o novo embaixador da Guatemala. O discurso papal destacou precisamente a questão da “desnutrição de numerosas crianças”. “O direito à alimentação responde principalmente a uma motivação ética: ‘dar de comer aos famintos’ (cf. MT 25, 35), que exige compartilhar os bens materiais como demonstração do amor de que todos nós precisamos”, explicou o Papa. Segundo Bento XVI, “o objectivo de erradicar a fome e, ao mesmo tempo, contar com uma alimentação saudável e suficiente, requer também métodos e acções específicas que permitam uma exploração dos recursos que respeite o património da criação”. Trabalhar nessa direcção, indicou, “é uma prioridade que exige não só beneficiar dos resultados da ciência, da pesquisa e das tecnologias, mas levar também em consideração os ciclos e o ritmo da natureza, conhecidos pelas pessoas de zonas rurais, assim como proteger os usos tradicionais das comunidades indígenas, deixando de lado razões egoístas e exclusivamente económicas”. O Papa considera que “este direito primário à alimentação está intrinsecamente vinculado à tutela e defesa da vida humana, rocha firme e inviolável onde se apoia todo o edifício dos direitos humanos”. “Salvaguardar a vida humana, em particular a não-nascida e já concebida, cuja inocência e desprotecção é maior, é uma tarefa sempre vigente, com a qual está relacionado, pela sua própria natureza, o facilitar que a adopção das crianças esteja garantida em todos os momentos pela legalidade dos procedimentos utilizados para isso”, precisou. Bento XVI também falou do “flagelo da violência social” que, segundo constatou, “se acentua frequentemente pela falta de diálogo e de coesão nos lares, por lacerantes desigualdades económicas, por graves negligências e deficiências sanitárias, pelo consumo e tráfico de drogas e pela corrupção”. (Com Rádio Vaticano)