Luta contra a pobreza em Portugal tem “fraco nível de participação” social e política

Denúncia da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal no Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza A Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal (REAPN) alertou hoje que a luta contra a pobreza e a exclusão social tem esbarrado contra um relativo desinteresse colectivo e que só com “uma forte vontade política” será possível concretizá-la. A organização, presidida em Portugal pelo Pe. Agostinho Jardim Moreira, aproveitou o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza para salientar que “a desigualdade social e a democracia são incompatíveis” e lamentar o “fraco nível de participação e envolvimento de todos os actores sociais” na erradicação da exclusão e da miséria. “Aqueles que se sentem excluídos não podem ficar cilindrados pela situação e devem procurar ajuda. Para a solução destas situações é necessária a participação de todos”, vincou o Pe. Jardim Moreira. O sacerdote criticou duramente a ideia presente na sociedade de que “os pobres são pobres por preguiça” e apontou o dedo aos que não querem alterar a situação presente. “Dada a política europeia de emprego e as novas tecnologias, as pessoas menos preparadas estão a ficar à margem do mercado de emprego e isso é um problema grave por ser de longa duração. Estas pessoas não podem ser ignoradas”, vincou. A REAPN quis também chamar a atenção para a situação de imigrantes “vítimas de redes ilegais” num número que começa a ter um significado relevante. “A pobreza acontece muitas vezes porque as pessoas não têm informação, não conhecem as ajudas que estão ao seu dispor nem os direitos que têm. Não podemos limitar as políticas a gabinetes, é preciso vir ao terreno, ouvir e falar aos excluídos”, recordou. Representante em Portugal da rede europeia contra a pobreza (European Anti-Poverty Network), que integra 15 redes nacionais e 23 organizações europeias, a REAPN promove sexta-feira um conjunto de iniciativas em todo o país, desde fóruns a exposições, para marcar este dia, proclamado pelas Nações Unidas em 1992.

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