Lusofonias – O futuro das Irmãs Espiritanas

Tony Neves

Foto: Agência ECCLESIA/HM

As Irmãs Espiritanas vivem um momento decisivo na sua história missionária: o 15º Capítulo Geral da Congregação, em Fátima. Esta reunião de autoridade máxima acontece de seis em seis anos e tem por objectivo avaliar a missão feita, eleger as Irmãs que vão animar e ‘governar’, bem como aprovar as decisões a implementar nos próximos seis anos.

As eleições foram feitas e os resultados são públicos: a Irmã Olga Fonseca, portuguesa, foi eleita Superiora Geral e as irmãs Agnès Simon-Perret, Etelvina Tavares, Honorine Woya e Maria Aparecida Cardiais serão as Conselheiras Gerais. Três vêm do espaço lusófono. Esta eleição aconteceu após quase três semanas de reflexão, oração, apresentação de relatórios e partilhas sobre o presente e o futuro da Congregação. Para além de um percurso missionário muito rico, as Irmãs Capitulantes viram na Irmã Olga a pessoa mais indicada para animar e guiar esta família religiosa nos próximos seis anos.

Olhar para o rosto e as missões que estas Irmãs já realizaram, permite-nos perceber o perfil de liderança desta Congregação missionária. A Irmã Olga, natural de Fânzeres – Gondomar, estudou Ciências da Religião (Paris) e Jornalismo (Abidjan – Costa do Marfim) e trabalhou na República Centro Africana, no Congo Brazzaville e em Paris. A Irmã Agnès Simon-Perret nasceu em França, é médica pediatra de profissão, trabalhou no Haiti e nas Filipinas. A Irmã Etelvina Tavares, caboverdiana, trabalhou no Congo Brazzaville, no Senegal, em Cabo Verde, Angola e Camarões, antes de rumar ao Brasil. A Irmã Honorine Woya nasceu nos Camarões e trabalhou no Senegal, Camarões e Haiti. A Irmã Maria Aparecida Cardiais, brasileira, trabalhou no Gana e no Brasil.

Estas e outras são vidas inteiramente dedicadas à Missão fora das portas do país que as viu nascer. Todas elas já fizeram experiências fortes de testemunho de entrega à Missão em contextos de violência, extrema pobreza e diálogo ecuménico, inter religioso e inter cultural. As suas experiências missionárias são riqueza a partilhar. Os próximos seis anos irão ser marcados pela animação destas Irmãs que conhecem a beleza e o risco, a audácia e a dificuldade, o sucesso e a falta aparente de resultados de um compromisso radical sempre ao serviço do anúncio do Evangelho aos mais pobres, os que vivem nas periferias e margens da nossa história humana, às vezes muito pouco humana.

Portugal – onde o Capítulo em lugar – vive um Ano Missionário que nasceu como resposta ao Papa Francisco que pediu que o mês de Outubro fosse um Mês Extraordinário Missionário. O ‘Tudo, Todos e Sempre em Missão’ está a puxar para a frente a Igreja portuguesa, como imagino estar a acontecer com todas as Igrejas locais espalhadas pelo mundo. As Irmãs Espiritanas também respondem a este desafio missionário e querem estar na linha da frente.

 

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