LUSOFONIAS – Manchester Ecológico

Tony Neves

O Bispo de Salford (nome que a Diocese Católica de Manchester tem), na sua Mensagem da Quaresma, faz um apelo ao combate às alterações climáticas. Diz que na Grã Bretanha ainda não se sentem muito os seus efeitos, mas que há partes do mundo vitimadas por catástrofes naturais resultantes das alterações de clima que os humanos foram provocando ao longo dos tempos e que podem tornar-se irreversíveis.

Citando posições recentemente tomadas por cientistas, D. John Arnold recorda que os próximos doze anos serão decisivos, exigindo mudanças radicais no estilo da vida das pessoas hoje. E com o sentido prático que se atribui aos britânicos, o Bispo falou claro: é bom começar a comprar mais produtos locais, para evitar custos ecológicos de longas viagens; é preciso gastar menos energia, baixando o aquecimento, mesmo que se tenha de andar com uma camisola vestida dentro de casa; tentar utilizar mais transportes públicos; reduzir a produção de lixos e, sobretudo, reciclar mais e melhor. Prometeu criar um grupo diocesano para ajudar as pessoas neste seu compromisso por uma ecologia integral. Como a Igreja dirige muitas escolas, o Bispo informou que todas as Escolas Católicas de Manchester receberam uma carta a incentivar a comportamentos mais ecológicas e a uma educação nesta perspectiva.

Fiquei muito feliz pela Mensagem da Quaresma do Bispo onde estou (Manchester) e também registo a alegria de D. Manuel Clemente (o Bispo da Diocese onde vivi nos últimos 24 anos), na sua Mensagem Quaresmal, tocar nesta mesma ferida: ‘São grandes as contradições que sentimos, entre o que devia ser e o que o contradiz, a todos os níveis. Devastadores conflitos por esse mundo além, que tanto demoram em resolver, com populações em fuga e tão pouco acolhidas, clamam por um envolvimento muito mais forte e consequente da comunidade internacional e da ajuda humanitária. O desrespeito pelo ambiente e as agressões ecológicas põem em causa o futuro – e já o presente – de populações inteiras e da humanidade em geral’.

E, claro que, quer o Bispo de Manchester quer o Cardeal Clemente, seguiram as peugadas do Papa Francisco que quis que a Quaresma ajudasse a transformar o deserto em jardim, através da vivência de uma ‘ecologia integral’, assente no amor aos pobres e no respeito pela natureza.

Bom resto de caminho rumo à Páscoa que já se vê lá na linha do horizonte!

 

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