Tony Neves, em Roma
Todos os caminhos dos jovens católicos foram dar a Roma de 28 de julho a 3 de agosto. Ali teve lugar o Jubileu dos Jovens, umas Jornadas Mundiais da Juventude em ponto mais pequeno. A Missa de Abertura, na Praça de S. Pedro, contou com uma presença inesperada: o Papa Leão XIV apareceu no seu papamóvel e deu a volta à Praça saudando os presentes e pedindo: ‘Digamos todos: Queremos a Paz no mundo!’.
A semana foi tão densa e intensa como quente, proporcionando aos jovens experiências únicas na vivência celebrativa da fé, na relação com jovens do mundo inteiro, no conhecimento de uma cidade cheia de história e arte, nos encontros de formação e partilha, nos concertos e outras atividades culturais…
O Papa Leão XIV presidiu à Vigília e à Missa final, em Tor Vergata, lá onde também acontecera a Eucaristia conclusiva das Jornadas Mundiais da Juventude no Jubileu 2000, com João Paulo II. Mais de um milhão de jovens – disseram as autoridades! Foi uma celebração cheia de festa, de cor, de animação. O Papa lançou fortes desafios, dizendo: ‘fomos feitos não para uma vida onde tudo é óbvio e parado, mas para uma existência que se renova constantemente no dom, no amor. E assim aspiramos continuamente a um ‘algo mais’’. No Angelus, o Papa voltou a condenar as guerras e a insistir na Paz; ‘estamos mais próximos do que nunca dos jovens que sofrem o pior tipo de mal: aquele que é causado por outros seres humanos. Estamos com os jovens de Gaza, com os jovens da Ucrânia, com os de todas as terras ensanguentadas pela guerra’.
Tive a alegria de presidir ao envio dos Jovens Sem Fronteiras (JSF) que foram da Foz do Sousa, Gondomar, minha paróquia natal. Após o seu regresso a casa, amplifico testemunhos em primeira pessoa deste evento mundial. A Anita, 24 anos, coordenadora, partilha: ‘Amor, gratidão e resiliência são algumas palavras que resumem a caminhada Jubilar e me fazem querer continuar a agir como peregrina e testemunhar a Palavra de Deus. Além disso, o crescimento espiritual do grupo JSF Foz do Sousa foi a prova viva de esperança, um marco importante e motivo de orgulho que ficará sempre rotulado a esta experiência’. O Martim,18 anos, diz: ‘Após ver de perto a capital do cristianismo, percebi o quão é importante ter fé e o quão forte esta é. As basílicas e igrejas gigantes fizeram-me entender o que o ser humano pode fazer quanto tem fé. Aumentei então a minha fé, a minha resistência de pernas, assim como a minha paciência e compreensão pelos outros’. A Margarida, 18 anos, confessa: ‘A viagem a Roma foi uma experiência inesquecível, onde aprendi imenso, estive com pessoas de línguas e culturas diferentes e senti de verdade a união e o companheirismo do grupo, estivemos sempre prontos ajudar o próximo’. A Mafalda, 16 anos, diz que partiram ‘cheios de vontade de vivenciar experiências, novas culturas e, além do mais, celebrar o nosso Salvador. Foram dias de muita cumplicidade, mas também muito desafiadores. O que prevaleceu foi a nossa união e o espírito de Missão’.
O Mariano, 17 anos, partilha: ‘Gostei muito da experiência e o que eu achei mais impressionante foi a quantidade de jovens que ainda seguem a Igreja e a vida cristã. Estamos habituados a ouvir as pessoas dizer que cada vez há menos crença’. A Nádia afirma: ‘Ainda mal acredito na bênção que foi viver o Jubileu 2025. Com apenas 18 anos, pude embarcar numa peregrinação que me marcou para sempre. Foram dias intensos, cheios de fé, emoções à flor da pele, sorrisos, lágrimas, partilhas e encontros que me tocaram a alma. Esta viagem fez-me crescer, abrir o coração, olhar o mundo com outros olhos e, acima de tudo, sentir Deus e conectar-me comigo mesma’.
A Maria diz: ‘vivi experiências incríveis, aprendizagens, desafios e convivi com diferentes culturas, línguas e países. Aprendi, cresci e, realmente, vivi!’. O Eduardo, 18 anos, agradece ‘a Deus por me fazer vivenciar o Jubileu, uma aventura espetacular. Visitamos basílicas, monumentos, mas mais importante foi fazer isso com Deus’.
A Iara, 20 anos, avalia este Jubileu como dias ‘repletos de emoções, amizades, histórias e, agora, memórias. Conseguimos visitar as quatro Portas Santas, o que é uma experiência única, assim como outras Igrejas, o Coliseu, a Fontana di Trevi e tantos outros lugares marcados pela história e pela fé. A experiência de Tor Vergata foi impactante, a cumplicidade no olhar de cada peregrino cruzado com o pó do local onde dormimos todos juntos, e as palavras sábias do Papa Leão XIV encerraram de forma harmoniosa estes grandiosos dias. O Jubileu 2025 ficará para sempre na memória como uma das experiências mais bonitas e emocionantes que tive o privilégio de viver’.
Catarina, 25 anos, pergunta: ‘O que nos movia? O próximo encontro com Ele, a Sua próxima casa, a Sua próxima porta aberta para nos receber! Assim como o amor ao outro, e como dita o lema, ‘estar perto do que estão longe’, e estes são os momentos em que podemos realmente fazer isso. E no final? Encontrar o Papa Leão XIV, numa vigília marcante, esclarecedora e motivadora, mostrando o caminho guiado pela Fé!’