LUSOFONIAS – Bispos de matriz Espiritana

Tony Neves, em Roma

Rezam as estatísticas da Santa Sé que os sucessivos Papas já escolheram, entre os Espiritanos, 102 Bispos, 23 Arcebispos e dois Cardeais. Hoje são trinta os Bispos que, nas suas Dioceses ou já Eméritos, continuam honradamente a colocar depois do seu nome o ‘CSSp’, sigla latina da Congregação do Espírito Santo. O Superior Geral, P. Alain Mayama, convidou-os todos para o I Encontro de Bispos Espiritanos. Responderam ‘sim’ dezoito, ou seja, todos os que ainda têm capacidade de viajar. A Carta-convite apontava objetivos: -‘celebrar a nossa fraternidade à volta dos nossos fundadores; -criar um ambiente favorável para que se conheçam melhor enquanto bispos espiritanos; -partilhar o nosso trabalho pastoral, as nossas iniciativas e os desafios da missão atual; -reavaliar juntos como as intuições dos nossos fundadores podem continuar a inspirar a vida dos homens e mulheres de hoje que procuram um sentido para as suas vidas, abrindo novos caminhos para Cristo, sob a direção do Espírito que faz novas todas as coisas’. E foi isso que aconteceu na Casa Geral dos Espiritanos, em  Roma, de 14 a 16 de maio, três dias de intensa cumplicidade fraterna e missionária.

Todos os caminhos vieram dar a Roma, cumprindo o provérbio. Os Bispos chegaram do Congo Kinshasa, Paraguai, Quénia, S. Vicente e Granadinas, Angola, República Centro Africana, Congo Brazzaville, Gabão, França, Ilha Maurícia, Gana, Brasil e Tanzânia.

Tenho que apresentar os Bispos como o treinador da Seleção Nacional divulga os convocados: nome, país, missões, diocese e pouco mais! O Cardeal Maurice Piat é da Ilha Maurícia. Foi coadjutor de Port Louis em 1991 e Bispo titular de 1993 a 2023. O Papa Francisco fê-lo Cardeal em 2016. O Cardeal Dieudonné Nzapalainga nasceu na República Centro Africana, trabalhou em Marselha, foi Provincial da RCA de 2005 a 2009. Nomeado Administrador da Arquidiocese de Bangui em 2009, é o Arcebispo desde 2012. O Papa Francisco fê-lo Cardeal em 2016. Angola tem três Bispos Espiritanos: D. Gabriel Mbilingi é Arcebispo do Lubango desde 2009, depois de ter sido Provincial em Angola, Conselheiro Geral em Roma e Bispo no Lwena; D. Belmiro Chissengueti é, desde 2018, o Bispo de Cabinda, depois de ter sido Pároco, responsável pela Comissão ‘Justiça e Paz’ da Conferência Episcopal e Provincial; D. Maurício Camuto é, desde 2020, o Bispo do Caxito, após missões de direção na Rádio Ecclesia e de Superior Provincial. Da Tanzânia vieram dois Bispos: D. Augustine Shao, Bispo de Zanzibar desde 1997, após missão de Superior da Província da África do Leste; D. Rogath Kimaryo, Bispo de Same desde 2010, após missão de Conselheiro Geral em Roma. O Brasil está representado por dois dos seus cinco Bispos Espiritanos: D. José Altevir foi Bispo de Cametá (2017-2022) e é Bispo do Tefé, na Amazónia, após missão na Nigéria e de Provincial do Brasil; D. Teodoro Tavares, caboverdiano de origem, foi Superior do Grupo da Amazónia, Bispo Auxiliar de Belém do Pará (2011) e Bispo de Ponta de Pedras desde 2015. John Kwofie, do Gana, foi Provincial dos Espiritanos da África do Oeste, 1º Assistente Geral da Congregação em Roma, Bispo de Sekondi-Takoradi (2014-2019) e, atualmente, Arcebispo de Accra. D. Óscar Ngoy é Bispo de Kongolo, Congo Kinshasa, desde 2007, quando era o Superior Provincial. D. Pierre Jubinville, canadiano, recebeu nomeação para o Paraguai, seria 1º  Assistente Geral em Roma e, desde 2013, é o Bispo de S. Pedro, no Paraguai guarani. D. Gerard County, da Trindade e Tobago, foi Superior do México e, desde 2015, é o Bispo de Kingstown, em S. Vicente e Granadinas, nas Antilhas. D. John Mbinda foi Provincial do Quénia e Sudão do Sul e é o Bispo da Diocese de Lodwar desde 2022. D. Toussaint Ngoma trabalhou na RCA e é, desde 2022, Bispo de Dolisie, no Congo Brazzaville. D. Sévérin Nziengui trabalhou no Gabão, Congo Brazzaville e Camarões. É, desde 2022, Bispo em Makokou, no Gabão. Vieram dois Eméritos: D. Jean Gardin, francês, passou a vida no Congo Brazzaville onde foi, de 2000 a 2011 Prefeito Apostólico do Likouala e, até 2019, o primeiro Bispo da nova Diocese de Impfondo; D. Yves Monot, também francês, foi missionário no Congo Brazzaville e Bispo de Ouesso de 2008 a 2021.

A reunião foi de uma fraternidade e frontalidade a toda a prova. Conseguimos passear juntos até Castelgandolfo. Abriram-se novas linhas de partilha e de colaboração entre os Bispos e a Congregação a que eles confessaram ter amor e gratidão. Há ‘marcas de origem’ que as novas missões nunca conseguem apagar. Por isso, todos prometeram (Bispos e Espiritanos) tomar a sério o que o Papa Francisco pediu aos Espiritanos na audiência de 8 de maio 2023: ‘coragem, abertura e abandono ao Espírito!’. De facto, estamos todos na mesma barca a enfrentar as mesmas tempestades. As alegrias e tristezas, angústias e esperanças são partilhadas. Queremos ser fiéis ao lema: ‘Um só Coração e uma só Alma’. E acreditamos que se cumpre hoje a profecia de Isaías que inspirou o último Capítulo Geral, realizado na Tanzânia: ‘Vejam, vou fazer algo novo!’ (Is. 43,19).

 

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Agência ECCLESIA

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