Tony Neves, em Roma e Assis
Do mundo inteiro chegaram a Roma rostos cheios de sorrisos. Com eles, vieram também preocupações quanto baste. Eram 17, vindos de quatro continentes e, em comum, têm a sua Missão: São Superiores Maiores dos Espiritanos lá na terra onde vivem e anunciam o Evangelho. Mas há mais dados relevantes a uni-los: foram eleitos ou nomeados há pouco tempo, tendo, por isso, pouca experiência de liderança.
O Superior Geral dos Espiritanos, P. Alain Mayama, natural do Congo Brazzaville, fez a convocatória e não houve impedimentos burocráticos, pelo que, todos os caminhos vieram mesmo dar aqui a Roma. O tempo foi pouco, mas aproveitado ao segundo, como convém a oportunidades únicas e irrepetíveis. Assim, de 19 a 29 de setembro, ocorreu na Casa Geral dos Missionários do Espírito Santo, o Encontro de Novos Superiores Maiores.
A medir pelo ambiente, pelas partilhas e pelas avaliações, foi um enorme sucesso. Tem sido sempre, pois o formato ajuda. Ninguém vem a Roma para receber ordens nem, muito menos, admoestações. Os Superiores recém nomeados vêm partilhar as riquezas e dificuldades da sua circunscrição, escutar os restantes Superiores e receber formação nas áreas da liderança e Espiritualidade. Só pode correr bem…
Sete vieram de África (Cabo Verde, Uganda, Gana, Malawi, Quénia, Gâmbia e Tanzânia), cinco da Europa (França, Bélgica, Grã-Bretanha, Alemanha, Suíça), dois da América do Norte (USA e Trindade e Tobago), dois da América Latina (México e Alto Juruá-Brasil) e um da Ásia (Vietname-Índia). Notou-se ser um grupo de Superiores dinâmicos e motivados para a exigente missão de liderança e animação das suas circunscrições, espalhadas pelos quatro cantos do mundo, respondendo a desafios muito concretos.
Momento particularmente simbólico foi a Celebração de Abertura, com a Eucaristia presidida pelo Superior Geral. Este, num sinal claro de definir o exercício da autoridade como um serviço humilde, lavou os pés aos novos superiores, repetindo a cerimónia do lava-pés de Quinta-feira Santa.
O P. Philip N’goja responsável pela Comunicação dos Espiritanos em Roma, resumiu assim: ‘O Encontro é um momento muito importante para os membros do Conselho Geral. Tenta atingir três objetivos básicos: Em primeiro lugar, dá ao Conselho Geral uma noção dos desafios que são enfrentados pelos nossos Responsáveis Espiritanos em todo o mundo. Em segundo lugar, permite que os nossos novos Superiores tenham conhecimento dos diferentes serviços que estão à sua disposição aqui no Generalato e de muitas formas diferentes em que podemos ser-lhes úteis no exercício do seu ministério. Em terceiro lugar, é uma oportunidade para os membros do Conselho Geral e os novos Superiores trabalharem em conjunto para uma compreensão comum e uma visão comum do que significa ser um líder espiritano no mundo de hoje, o que é vital para uma organização descentralizada como é a nossa Congregação’.
A agenda deste Encontro previa reuniões, celebrações, visitas, peregrinações e, claro, a participação na Audiência com o Papa Francisco. Tudo começou com as apresentações feitas por cada novo Superior acerca da realidade da sua circunscrição, a que se seguiram tempos de esclarecimento e debate. Depois – como explicou o P. Philip N’goja – ‘os membros do Conselho Geral deram contributos sobre Liderança e Animação, Confrades em situação irregular, Diálogo Inter-Religioso (DIR), Processos Canónicos, Comunidades Interculturais, Gabinete Central de Desenvolvimento / Gabinete de Missão, Justiça Paz e Integridade da Criação (JPIC), Nomeações Missionárias, Finanças, Formação Espiritana, Proteção de Menores e de Adultos vulneráveis, Educação Espiritana e Leigos Espiritanos Associados. Os Superiores tiveram também oportunidade de visitar e ver diferentes serviços no Generalato. O P. Brendan Carr, da Província da Irlanda, foi convidado a dar um contributo sobre liderança e o Ir. Manuel Carmo Gomes, da Província de Portugal, foi convidado para ajudar na comunicação audiovisual’.
Fora de portas, os Superiores puderam viver uma Visita Guiada a Roma, participar na Audiência do Papa (foram citados como grupo presente na Praça de S. Pedro) e peregrinar até Assis, com direito a Missa na Capela do Convento dos Franciscanos, seguida de uma entrada direta no Túmulo de São Francisco e, a partir dele, a subida à Basílica.
Os novos líderes regressaram aos seus países de Missão, aos seus locais de trabalho, com novas ferramentas, conhecimentos e energias para o ministério que exercem em nome da Congregação.