LUSOFONIAS – 2018 em balanço

Tony Neves

Agradecer o passado, viver com paixão o presente e construir o futuro com esperança é sempre um excelente projeto de vida. Cada ano que passa exige este olhar corajoso pois o positivo e 0o negativo, o trigo e o joio, andam sempre de mãos dadas e há que ter a lucidez de avaliar para corrigir.

A nível do mundo, 2018 foi marcado pela celebração dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela ONU em 1948. Já foi percorrido um longo caminho para a liberdade dos povos, mas ainda há muito para fazer para que a fraternidade não seja apenas uma palavra dicionário. O mundo tem que ser terra de todos (não podemos continuar a tratar os imigrantes como invasores!), a terra tem de ser a casa comum de todos (há que investir com mais seriedade numa ecologia integral).

A Europa celebrou os 30 anos do Prémio Sakharov para os Direitos Humanos. Desde há três décadas que o Parlamento Europeu premeia homens e mulheres do mundo inteiro que se notabilizaram pela defesa corajosa dos direitos humanos em contextos particularmente arriscados.

A nível da Igreja, faz sentido acompanhar os passos e as palavras do papa Francisco. Logo em janeiro, na mensagem 50 do Dia Mundial da Paz (iniciado em 1968) dedicada aos migrantes, pediu: ‘abracemos todos os que fogem da guerra e da fome e se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de discriminações, pobreza e degradação ambiental’.

Na Quaresma, o Papa lançou duas grandes perguntas: ‘Como se resfria em nós o amor? Quais são os sinais de que o amor corre o risco de se apagar em nós?’,

As viagens do Papa são sempre marcadas pela profecia: visitou a Letónia, a Estónia, a Lituânia, o Chile e o Peru e foi até Genebra para uma ‘peregrinação’ ecuménica. Participou em Dublin no Encontro Mundial das Famílias.

Dois outros grandes eventos marcaram a Igreja este ano 2018: o Sínodo sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional, numa clara chamada de atenção para a importância que as novas gerações têm para a Igreja e para o mundo. Aguardamos a Exortação pós-Sinodal que o papa Francisco está a escrever. Finalmente, as canonizações de dois grandes santos dos tempos modernos: o Papa Paulo VI, que concluiu e tentou pôr a Igreja toda a viver segundo o espírito conciliar; D. Óscar Romero, o arcebispo-mártir de El Salvador que grita em nome de todos os pobres e perseguidos do mundo.

Às portas de um novo Ano, desejo que 2019 venha carregado da justiça, da paz, do amor e da alegria, os valores do Reino de Deus que o Menino do Presépio veio trazer, viver e mandar anunciar.

 

 

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