Depois de Cabo Verde próximo fórum vai celebrar os 50ª anos da Cáritas Angolana, em 2019
São Salvador do Mundo, Cabo Verde, 18 out 2017 (Ecclesia) – As Cáritas dos países lusófonos afirmam que a Igreja “não pode ficar alheia” às problemáticas como a “pobreza, desigualdades e fome, intensidade dos fluxos migratórios” e no comunicado final do seu 9.º fórum apresentam linhas de ação.
No documento enviado à Agência ECCLESIA, pela Cáritas Portuguesa, as organizações vão “contribuir” para que o conteúdo da Encíclica do Papa Francisco ‘Laudato Si’ se torne “mais acessível” como como ferramenta para “consciencialização da sociedade” adaptando-a à realidade social, económica e cultural de cada país.
Neste âmbito pretendem ajudar, de modo especial, as comunidades cristãs a compreenderem que “cuidar da criação não é só uma questão de sobrevivência, mas uma dimensão de fé”.
As Cáritas dos países Lusófonos – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal – que estiveram reunidas em Cabo Verde querem também “apoiar, valorizar, disseminar e consolidar” iniciativas de economia social solidária como estratégia de “combate e superação da pobreza”.
No comunicado final do seu 9.º fórum, intitulado ‘Fome e Desigualdades, o engajamento da Cáritas nos processos social e económico desses países’, as instituições alertam também para o modelo de produção capitalista neoliberal “gerador de crises económicas cíclicas” e para o “impacto e eficácia” dos acordos internacionais sobre temas ambientais e da mobilidade humana.
As Cáritas concluíram que é preciso também “incentivar e apoiar” todas as iniciativas de divulgação, defesa e prática da agroecologia, “lutar pelo direito humano à alimentação” e a promoção da segurança alimentar e nutricional das populações.
“Disseminar tecnologias sociais de preservação dos recursos hídricos e de aproveitamento das águas das chuvas; contribuir para maior preparação e resiliência das comunidades frente aos desastres e emergências decorrentes das mudanças climáticas”, são outras preocupações.
O próximo fórum vai realizar-se em Angola, em 2019, no contexto dos 50 anos da Cáritas Angolana, e até essa data as instituições vão “assumir” as orientações do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral sobre a mobilidade humana, dando prioridade à campanha internacional «Compartilhe a Viagem».
A nível local querem também “influenciar politicamente” para que os protocolos das Nações Unidas sejam cumpridos “pela defesa dos direitos humanos e da autonomia das nações”.
O Fórum das Cáritas dos países lusófonos realizou-se entre 7 e 17 de outubro, no Centro de Formação da Cáritas Caboverdiana nos Picos, Município de São Salvador do Mundo, Ilha de Santiago, e também participaram representantes da Caritas Internationalis e da Comissão Justiça, Paz e Desenvolvimento – SCEAM, num total de 31 participantes.
CB