Maria de Lourdes Pintasilgo, primeira mulher a ser primeira-ministra em Portugal, foi recordada por Fr. Bento Domingues como uma pioneira e uma “figura do catolicismo” português na apresentação dos seus arquivos, que a partir de ontem estão acessíveis na Internet. FeriBento Domingues foi um dos convidados para falar do percurso eclesiástico de Lourdes Pintasilgo, na apresentação do projecto “Memória na Internet de Maria de Lourdes Pintasilgo”, lançado pela Fundação Cuidar o Futuro, criada pela ex-primeira-ministra, em 2001, numa cerimónia na Fundação Gulbenkian, em Lisboa. Apesar de confessar que “não pertenceu à tribo de Maria de Lourdes Pintasilgo”, o religioso dominicano definiu-a como alguém que “mergulhou na renovação teológica”. “Não foi apenas uma figura activa da Igreja em Portugal. Tornou-se uma figura do catolicismo”, afirmou. Bento Domingues desafiou os historiadores a fazerem um estudo sobre os católicos que tiveram um papel político durante as últimas décadas, desde o Estado Novo até à democracia. A partir desta Quarta-feira, mais de 10 mil documentos (parte do espólio de Lourdes Pintasilgo já tratado pelo centro de documentação da fundação) estarão acessíveis no “site” www.arquivopintasilgo.pt, desde a prova da terceira classe da futura engenheira até ao discurso de apresentação da candidatura presidencial de 1986. Maria de Lourdes Ruivo da Silva Pintasilgo nasceu em Abrantes, a 18 de Janeiro de 1930, e morreu a 10 de Julho de 2004, em Lisboa. Redacção/Lusa