LOC/MTC: «Sem trabalho digno, não é possível a vida familiar», alertam trabalhadores cristãos

Responsáveis apelam a «implementação de uma nova vivência social e familiar»

Lisboa, 13 out 2016 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) concluiu que “sem trabalho digno não é possível a vida familiar” no final de um seminário de formação com organizações nacionais e internacionais em Pombal, onde identificou “muitos desafios”.

Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a equipa executiva nacional da LOC/MTC informa que foram abordados os modelos de famílias e o que representam para a organização da sociedade e o diálogo social e questionaram: “Afinal que família se pretende para a sociedade atual?”.

O Seminário Internacional de Formação teve como tema ‘Família e Instabilidade Social – Como conciliar as dificuldades familiares com falta de condições económicas, elevado desemprego, falta de emprego para jovens e as Migrações’ e realizou-se em Pombal, na Diocese de Coimbra.

A LOC/MTC destaca que a sessão de abertura foi presidida pelo bispo de Coimbra que realçou o papel da família no contexto atual, como lugar por onde passa a vida das pessoas, reforçando o papel fundamental do trabalho como suporte da vida familiar

“Não podemos ficar apenas pelas questões reivindicativas, mas devemos apostar na justiça e no desenvolvimento”, disse D. Virgílio Antunes.

Para os movimentos de trabalhadores cristãos “é urgente” dignificar as famílias com trabalho digno, tempo para a cultura, para o lazer, para o encontro dos seus membros, para o amor.

“Impõe-se promover a consciência social dos direitos da família, reivindicar verdadeiras e autenticas políticas sociais, tarefa eclesial de evangelização que cabe a cada um dos militantes cristãos”, assinala a organização portuguesa.

O movimento refere que existem “demasiadas famílias em risco de exclusão” porque a crise aumentou o desemprego e as desigualdades.

“A economia só vê o lucro, e nós cristãos, não o podemos permitir, porque o primado da economia e desta sociedade tem de ser o Homem. Os desafios são muitos”, observa, indicando que “há alternativas ao modelo económico vigente” que “recusa” um lugar digno para todos.

No encontro, os cerca de 60 participantes de movimentos nacionais e internacionais, concluíram que é imperativo promover a “organização da sociedade e o diálogo social” para que a pessoa seja dignificada e “implementem políticas de trabalho amigas das famílias” com definição e equilíbrio de tempos de “trabalho, descanso, cultura, lazer e amor”.

O fenómeno social «Nem, Nem» ou «NEET» referente aos jovens que nem estudam, nem trabalham, que passaram a ter “consciência que o futuro não lhes é promissor” é pedida a garantia, “com urgência, de emprego, estabilidade e segurança”, principalmente, os que terminam a escolaridade.

Segundo a Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos é preciso agir com consciência para “vencer medos e reafirmar” a força da família como célula importante para a dinamização da sociedade.

A partir da realidade das famílias na Alemanha, Espanha e Portugal foi sublinhada a situação da pobreza infantil, mesmo nos países considerados mais ricos, “devido ao empobrecimento das famílias”.

O seminário de formação foi promovido e organizado pela LOC/MTC com cerca de 60 pessoas de diversas organizações nacionais e internacionais, como Espanha e Alemanha, de 6 a 9 de outubro, com o apoio do EZA-Centro Europeu para os Assuntos dos Trabalhadores e da União Europeia.

CB

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