LOC/MTC: Dignificar o trabalho e cuidar da casa comum enfrentando «organizações e pessoas que só veem o lucro» são prioridades para os próximos três anos

Américo Monteiro foi reeleito coordenador nacional da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos no Congresso Nacional

Foto LOC/MTC, Américo Monteiro coordenador nacional da LOC/MTC, e Fátima Pinto, vice-coordenadora nacional

Luso, 11 jun 2022 (Ecclesia) – Américo Monteiro foi reeleito coordenador nacional da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) e disse à Agência ECCLESIA que “dignificar o trabalho” é uma prioridade para o novo mandato, que ficará marcado também pelo cuidado da casa comum.

O coordenador nacional da LOC/MTC referiu a “inspiração” do Papa Francisco, nomeadamente na encíclica Laudato si, e as “preocupações” da sociedade com as questões climática, projetando “dificuldades graves no futuro” que reclamam mudança de comportamentos.

“É preciso encontrar respostas passando pelos nossos comportamentos, hábitos e enfrentando organizações e pessoas que só veem o lucro e não pensam no futuro das pessoas e da sociedade”, afirmou Américo Monteiro.

Francisco Ferreira, presidente da Associação Zero, analisou com os congressistas da LOC/MTC o tema “cuidar da casa comum” e disse que é preciso garantir a defesa do planeta e também que as pessoas tenham “qualidade de vida” e “bem-estar”, combatendo o “quadro de enormes desigualdades entre países e dentro dos países”.

“Quando falamos de desenvolvimento sustentável, falamos de um desenvolvimento que passa muito pelo mundo do trabalho, pelas questões sociais, económicas, e não só por questões ambientais”, disse em declarações à Agência ECCLESIA.

Para Francisco Ferreira é preciso ir além da educação para o cuidado da casa comum, um vez que a necessidade de agir “depressa” exige outros instrumentos que ativem mudanças “na produção dos resíduos, na utilização dos transportes públicos, na escolha dos produtos e equipamentos”.

Na definição de linhas de ação para o mandato 2022-2025, aprovadas no Congresso que decorreu no Luso, concelho da Mealhada e distrito de Coimbra, e onde foi eleita para vice-coordenadora nacional Fátima Pinto, a LOC/MTC quer também continuar a “dignificar o trabalho”, uma preocupação que acompanha o movimento da Ação Católica há “dezenas de anos”.

“É um assunto que nunca estará completo, é um caminho a melhorar cada dia em termos de respeito, dignidade, condições, meios suficientes para cuidar da família”, afirmou.

O coordenador da LOC/MTC acrescentou também que o mandato que agora inicia tem “algumas preocupações mais específicas”, que decorrem de um questionário lançado no período de preparação do congresso a mais de 200 trabalhadores.

“Estamos a trabalhar os resultados, que nos demonstram um grande desconformo dos trabalhadores em relação à sua situação de vida e do trabalho”, referiu Américo Monteiro, acrescentando que as respostas indicam também “os bons resultados” que decorrem de “outro tipo de profissões que vão surgindo, mais especializadas e que as pessoas gostam”.

A expansão do movimento, envolvendo “todas as dioceses e outras onde até já existiu o movimento” é uma preocupação do coordenador nacional, que quer “pedir apoio nas dinâmicas locais” para ir “ao encontro do outro”.

“Somos pessoas normais que querem acolher pessoas normais, que querem partilhar os seus valores, a sua vida e dar o seu contributo por um sociedade nova e justa”, afirmou.

O Congresso Nacional da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos no Congresso Nacional termina na tarde deste sábado, com a apresentação das conclusões, após terem sido votadas durante esta manhã, que começou com uma Eucaristia presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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