Movimento operário diz que medidas deixam de fora «privilegiados de sempre»
Lisboa, 21 jan 2013 (Ecclesia) – A equipa nacional da LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos acusou hoje o Governo de promover uma austeridade “fundamentalista” que deixa fora os mais privilegiados.
O organismo manifestava-se em comunicado, enviado à Agência ECCLESIA, após a reunião dos seus dirigentes máximos que decorreu no sábado, em Aveiro.
“Estes tempos de deliberada e fundamentalista austeridade orçamental, que atinge com violência a maioria dos cidadãos, sobretudo aqueles que vivem ou que já ultrapassaram o limiar da pobreza deixando impunes os privilegiados de sempre, foram uma das grandes preocupações presentes no encontro”, destaca a nota de imprensa.
A iniciativa visou preparar o XV Congresso Nacional da LOC/MTC a realizar no próximo mês de junho, em Lisboa.
O movimento cristão fala em “cortes cegos, vergonhosos, sem transparência e sem debate público” sobre a denominada “refundação do Estado”, considerando-os “um grave atentado à democracia, ao desenvolvimento civilizacional e humano e à dignidade dos cidadãos”.
Para a LOC/MTC, estas medidas “ferem direitos e valores consagrados na Constituição da República, na Carta dos Direitos Humanos e na Carta Social Europeia” e colocam em causa “princípios fundamentais referidos na Bíblia e no Ensino Social da Igreja”.
“A clarividência com que estes textos nos falam da justiça social, do direito ao emprego, da distribuição da riqueza, da solidariedade, da subsidiariedade, do bem comum e do valor da pessoa humana, impelem-nos a denunciar as referidas arbitrariedades governativas e a envolver-nos no debate e na defesa destes princípios”, referem os membros do organismo laboral.
O comunicado deixa um apelo à “participação cívica”, no sentido de provocar a discussão pública das “necessárias mudanças políticas, económicas e sociais anunciadas, de modo a que seja colocado no centro das transformações a qualidade de vida dos cidadãos e o bem comum”.
OC