Livro-testemunho narra itinerário que inspirou «A última caminhada»

«Deus, por que me fizeste isto?». Esta é a pergunta que Debbie Morris – a jovem que aos 16 anos foi sequestrada e violada por Rober Wilie e Joe Vaccaro em Madisonville (USA) – formula num livro-testemunho onde narra a sua conversão interior para chegar ao perdão após o sofrimento. Agora, vinte e quatro anos depois do ocorrido, esta mulher conseguiu perdoar e explica o seu caminho até a reconciliação com Deus, com ela mesma e com os sequestradores, um dos quais foi condenado à cadeira eléctrica – caso que inspirou o filme «Dead Man Walking», em português «A Última Caminhada». Nas páginas de «A Última Caminhada. Um caminho para o perdão», a autora oferece a parte que faltava no filme de Tim Robbins. O filme centra-se na relação entre o condenado à morte (Sean Penn) e a religiosa Helen Prejean (Susan Sarandon), que ganhou o Oscar de melhor actriz. Foi precisamente a ausência no filme de seu ponto de vista o motivo pelo qual Debbie Morris entrou em contacto telefónico com Helen Prejean, a religiosa que encabeça a luta contra a pena de morte nos Estados Unidos. Houve entre ambas uma relação de confiança e a religiosa convenceu-a a escrever a sua história. Este livro-testemunho repassa as horas de violência, medo, diálogo com Deus e luta de Debbie Morris durante o sequestro e relata a difícil luta para seguir adiante e superar o trauma, o ódio e chegar à serenidade do perdão. A autora passou de perguntar a Deus «por que permitiu que acontecesse o que aconteceu» para perguntar-lhe «que queres de mim nesta situação».

Partilhar:
Scroll to Top