Liturgia: Três dias de celebração rumo à Páscoa, maior festa cristã

Tríduo Pascal evoca momentos ligados à morte e ressurreição de Jesus

Lisboa, 29 mar 2018 (Ecclesia) – A Igreja Católica começa hoje a celebrar os dias mais importantes do seu calendário litúrgico, que assinalam os momentos da morte e ressurreição de Jesus, culminando na Páscoa.

Um conjunto de celebrações que se desenrolam no chamado Tríduo Pascal, que remontam ao início do Cristianismo, seguindo as indicações deixadas pelos Evangelhos sobre estes acontecimentos.

Palavra latina, que significa um período de três dias, o Tríduo vai da Missa vespertina de Quinta-feira santa às vésperas do Domingo de Páscoa, constituindo uma espécie de “centro de gravidade” do ano litúrgico da Igreja Católica.

29Nos primeiros séculos, as Igrejas do Oriente celebravam a Páscoa como os judeus, no dia 14 do mês de Nisan, ao passo que as do Ocidente a celebravam sempre ao domingo.

O Concílio de Niceia, no ano 325, apresentou prescrições sobre o prazo dentro do qual se pode celebrar a Páscoa, conforme os cálculos astronómicos (primeiro domingo depois da lua cheia que se segue ao equinócio da primavera): de 22 de março a 25 de abril.

A Páscoa é a festa central dos cristãos e já no século II há notícia da sua celebração anual.

“Durante o Tríduo Pascal, celebramos o mais importante mistério da nossa fé: a morte e ressurreição do Senhor Jesus. Os cristãos são chamados a viver estes três dias santos como matriz da sua vida pessoal e comunitária, do mesmo modo que a memória do Êxodo o é para os nossos irmãos judeus. De facto, no Tríduo, a memória do acontecimento fundamental da história humana, a morte e ressurreição de Cristo, renova na vida dos batizados o sentido da sua nova condição, como nos ensina São Paulo na Carta aos Colossenses: «Se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, (…) e não as da terra». Por isso, disponhamo-nos a vivenciar esse caminho espiritual junto com Nossa Senhora, que esteve ao lado de Jesus durante a sua Paixão e encheu-se de alegria com a sua ressurreição. Assim, os nossos corações e as nossas vidas sejam realmente transformados pela força renovadora da Páscoa”

(Síntese da catequese do Papa Francisco, 27.03.2018)

A Missa vespertina da Ceia do Senhor, na quinta-feira, assinala o início do Tríduo com um caráter festivo, evocando a instituição da Eucaristia, a instituição do sacerdócio e o “mandamento do amor”, no gesto do lava-pés.

No final da celebração, o Santíssimo Sacramento (hóstia consagrada que os católicos acreditam ser o próprio Jesus Cristo) é trasladado para um outro local, desnudando-se então os altares.

O dia seguinte, Sexta-feira Santa, está centrado na contemplação da Cruz, como sinal da morte de Cristo; este é um dia alitúrgico, pelo que não há Missa; a principal celebração é, fundamentalmente, uma ampla Liturgia da Palavra, que culmina com a adoração da Cruz e a comunhão eucarística.

O Sábado Santo também é um dia alitúrgico, isto é, sem celebração da Eucaristia ou de outros sacramentos, marcado pelo silêncio; segue-se a Vigília Pascal, a maior e a mais importante das celebrações da Igreja, uma cerimónia que integra já o calendário da Páscoa.

A celebração que é composta por quatro liturgias: a da Luz, em sinal de alegria, com a bênção do lume novo e o Círio; a da Palavra, que compreende nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo Testamento, com o canto do Glória e do Aleluia; a Batismal e a Eucarística.

OC

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR