Liturgia: Santa Sé descarta «novas diretivas» para celebração da Missa

Altar no centro da celebração continua a ser a norma

Cidade do Vaticano, 12 jul 2016 (Ecclesia) – A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou uma nota de esclarecimento em relação à divulgação de notícias sobre alegadas “novas diretivas” do Vaticano em relação à celebração da Missa.

O tema surgiu na imprensa e nas redes sociais após uma conferência realizada em Londres pelo cardeal Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé), em que se sugeria que a orientação ‘versus Orientem’ (com o celebrante virado na mesma direção da assembleia e não de frente para a mesma).

"O cardeal Sarah sempre se preocupou, com razão, pela dignidade da celebração da Missa, exprimindo-se adequadamente sobre o comportamento de respeito e adoração pelo mistério eucarístico. Algumas das suas expressões foram, no entanto, mal interpretadas, como se anunciassem novas indicações”, refere a nota do Vaticano.

O comunicado oficial sublinha que a Instrução Geral do Missal Romano, que contém as normas relativas à celebração eucarística, “ainda está em pleno vigor”.

O número 299 desde documento orientador precisa que “onde for possível, o altar principal deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e celebrar a Missa de frente para o povo”.

A Sala de Imprensa da Santa Sé recorda que o Papa Francisco já teve ocasião de visitar a Congregação para o Culto Divino e recordou “expressamente” que a forma “ordinária” da celebração da Missa é a prevista pelo Missal promulgado por Paulo VI (1970).

A forma 'extraordinária', que foi permitida pelo Papa Bento XVI com o Motu Proprio ‘Summorum Pontificum’ (2007), “não deve tomar o lugar da 'ordinária'”, acrescenta a nota.

O comunicado oficial conclui com o esclarecimento de que “não estão previstas novas orientações litúrgicas a partir do próximo Advento, como alguns erroneamente deduziram de algumas palavras do cardeal Sarah”.

“É melhor evitar o uso da expressão 'reforma da reforma', referindo-se à Liturgia, devido ao facto de, por vezes, ser fonte de mal-entendidos'", acrescenta o texto.

Estas indicações foram manifestadas de novo “durante uma recente audiência concedida pelo Papa ao cardeal prefeito da Congregação para o Culto Divino".

O Rito de São Pio V, que a Igreja Católica usava até à reforma litúrgica de 1970 (com algumas modificações, a últimas das quais datada de 23 de junho de 1962) foi substituído pela Liturgia do "Novus Ordo" aprovada como resultado da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.

OC

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Agência ECCLESIA

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