Liturgia: Evangelização e edificação da comunidade são as razões para a criação de ministérios na Igreja

Padre Mário Sousa identificou identificou na Bíblia os dois critérios que motivam o desaparecimento ou o fim de um ministério

Foto Secretariado Nacional de Liturgia

Fátima, 07 set 2023 (Ecclesia) – O presidente da Associação Bíblica de Portugal afirmou no Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, em Fátima, que os ministérios na Igreja surgem e encontram razão de ser na medida em que estão ao serviço da evangelização a “edificação da comunidade”.

Numa comunicação sobre o tema ‘Eu estou no meio de vós como quem serve’, o padre Mário Sousa fez um estudo sobre a forma como a “comunidade primitiva vive os ministérios”, no Novo Testamento, sobretudo a partir do testemunho das comunidades Paulinas, manifestando “como os ministérios sempre aconteceram na Igreja, tendo em conta sobretudo duas coisas fundamentais: a evangelização, e numa segunda fase, a edificação da comunidade”.

“Os ministérios vão surgindo como um discernimento das graças, dos carismas, dos dons que Deus dá mas que são vividos e aproveitados na medida das necessidades da Igreja, destas duas dimensões da Evangelização e da edificação da comunidade”, disse à Agência ECCLESIA.

O sacerdote biblista, da Diocese do Algarve, acrescenta que a pessoa pode ter o dom e o carisma, mas “se não é necessária naquele momento para estas duas finalidades naturalmente não tem razão de ser”, e a pessoa que tem o carisma mas “não o vive nesta dupla dimensão, também não tem razão de existir”.

Segundo o padre Mário de Sousa, o do Sínodo dos Bispos sobre sinodalidade desafia “sobretudo esta consciência de que a Igreja é uma comunidade de batizados” e que o Senhor com o sacramento “concede também as graças necessárias para que o Evangelho possa ser anunciado e outros possam descobrir o Senhor como salvador para que depois a comunidade se possa construir, crescer e organizar”.

“Nos primeiros tempos encontramos sempre os ministérios ligados à diaconia da Palavra, à evangelização, e, numa segunda fase, num tempo mais pós apostólico, também a necessidade de estar vigilantes e ter ministérios que permitam a fidelidade a esse depósito da fé, a esse Evangelho que foi recebido dos apóstolos”, desenvolveu.

E começam a surgir os presbíteros, o primeiro dos presbíteros que dá a figura do bispo, depois os outros carismas, que têm a ver com a vivência da fé, se possa construir a comunidade. E isto é caminhar em conjunto, é um caminho construído nunca isoladamente mas sempre em comunidade”, acrescentou.

O 47.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, sobre o tema “Ministérios na Igreja Sinodal” foi promovido pelo  Secretariado Nacional de Liturgia, da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade.

OC/PR

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