Igreja: «Inovação do Papa Francisco em relação aos ministérios instituídos» esteve no centro do Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica

Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade valorizou dias de formação permanente sobre um tema que «tem a ver com o caminho sinodal»

Foto Secretariado Nacional de Liturgia

Fátima, 07 set 2023 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade afirmou, no Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica (ENPJ), que a formação nesta área “é tão necessária como atual”, tendo este ano por tema central o caminho sinodal e os ministérios.

“O tema tem a ver com o caminho sinodal de toda a Igreja mas também pela recente inovação do Papa Francisco em relação aos ministérios instituídos de leitor, acólito, catequista, aberto a homens e mulheres. O próprio tema, ‘Ministérios na Igreja Sinodal’ não apenas os ministérios instituídos mas todos, ordenados, não instituídos, designados, ao serviço da evangelização e da comunidade cristã”, explicou D. José Cordeiro.

O Secretariado Nacional de Liturgia (SNL) promoveu o 47.º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica (ENPL), de 4 a 7 de setembro; com o tema ‘Ministérios na Igreja Sinodal’, no Santuário de Fátima.

Foto Secretariado Nacional de Liturgia

Para o presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, “o ministério está ao serviço do corpo de Cristo que é a Igreja”, e os ministérios na liturgia, na catequese, na caridade “estão interligados e não se pode construir a comunidade sem esta interligação dos vários serviços”.

“Nós aqui temos como que um sínodo concentrado, porque todos os ministérios, todos os serviços, são para a edificação da comunidade cristã e servir, não de qualquer maneira, mas com a maior dignidade, com a melhor beleza, com a nobre simplicidade, como é característica da liturgia da Igreja”, acrescentou.

D. José Cordeiro recorda também que “os ministérios agora entendidos noutro horizonte”, que o Papa instituiu nos seus documentos – leitorado, acolitado, e catequista – “foram já decretados pela CEP e em cada diocese terão o seu ritmo”, por isso, é necessária “mais formação em cada Igreja local”, mas também a nível nacional.

“Neste dinamismo que sentimos da Jornada Mundial da Juventude e deste caminho sinodal, queremos aprofundar e interligar a Jornada Mundial da Juventude, o Sínodo, o 5º Congresso Eucarístico Nacional, o Jubileu, para que haja um processo e estas ações constituam todas um processo”, adiantou o arcebispo de Braga, referindo-se a acontecimentos que vão marcar os próximos anos.

Para D. José Cordeiro, a realização do 47º Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica deu continuidade a um projeto de “formação séria, simples, e bela para as dioceses em Portugal”.

“A formação é permanente, mudam as pessoas, mudam os tempos, e é bom sentirmos a presença de tantos jovens nesta formação porque nos motiva a fazer mais e melhor. Muito já foi feito em Portugal ao longo destes 60 anos da promulgação da constituição ‘Sacrosanctum Concilium’ [sobre a liturgia, Concílio Vaticano II], e há muito mais para fazer e cada vez mais e melhor, neste desejo de chegar a todos”, disse D. José Cordeiro à Agência ECCLESIA.

O Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, que contou com cerca de 500 participantes,  acontece com tempo de formação prática e teórica, nomeadamente em torno de quatro conferências: ‘Ministérios e sinodalidade’, professor José Eduardo Borges de Pinho, da UCP; “Eu estou no meio de vós como quem serve”, padre Mário de Sousa, da Diocese do Algarve; ‘O Papa Francisco e a renovação dos ministérios instituídos’, por Pedro Santos, padre da Diocese de Coimbra; ‘Espiritualidade litúrgica dos serviços e ministérios’, padre Carlos Aquino, da Diocese do Algarve.

O SNL preparou também momentos de formação por grupos: Presbíteros e diáconos (padre Luís Ribeiro – Diocese de Coimbra); acólitos (padre Luís Miguel Proença Leal – Serviço Nacional de Acólitos); leitores e catequistas (padre João Peixoto – Diocese do Porto); Ministério do canto e da música (professor Emanuel Pacheco – Serviço Nacional de Música Sacra) e Ministérios não instituídos (professor João Duque – UCP).

Foto Secretariado Nacional de Liturgia

Em declarações à Agência ECCLESIA, o professor Emanuel Pacheco (Diocese do Porto), que participa há 39 anos, destacou que estes ENPL “são fundamentais” e a história mostrou, ao longo das 47 edições, “desde que começaram o número foi sempre crescendo”.

“É espaço de formação a vários níveis, temos pessoas que vêm quase desde o primeiro encontro: na procura de formação, e é dada formação à medida das pessoas, o aspeto celebrativo é também muito importante e levam também muito, as pessoas aderem de forma maciça sobre todas as perspetivas”, desenvolveu o diretor do Serviço Nacional de Música Sacra.

Sobre o novo ano pastoral 2023/2024, no SNL, D. José Cordeiro, destacou realização do 5.º Congresso Eucarístico Nacional (5.º CEN), de 31 de maio a 2 de junho de 2024, em Braga.

CB/PR

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