«Abrindo o nosso espírito, o nosso coração para que possamos fazer da família em Cristo o centro dinâmico desta vivência», explica o especialista em Sagrada Escritura
Lisboa, 27 dez 2025 (Ecclesia) – O padre João Lourenço, especialista em Sagrada Escritura, destacou que o Natal é “essencialmente, e, hoje, isto é muito privilegiado, a Festa da Família, a Festa da Comunhão”, na rubrica que liga o tema jubilar da esperança às leituras dominicais.
“A nossa sociedade atual acaba por vir a transformar a Festa da Família quase numa festa de compras, numa festa de presentes, numa festa de estar a repartir apenas coisas materiais”, lamentou o sacerdote franciscano, no Programa ECCLESIA, desta sexta-feira, 26 de dezembro, na RTP2.
A Igreja Católica celebra a festa litúrgica da Sagrada Família de Jesus, Maria e José no primeiro domingo depois do Natal, para o padre João Lourenço “é também um convite grande” a alargar a dinâmica da família cristã, “numa experiência que a esperança vai reforçar”.
“Porque não a esgotamos, não a restringimos, não a limitamos apenas ao nosso clã, diria quase na linguagem bíblica, a nossa tribo de proximidade, mas abrindo o nosso espírito, o nosso coração para que possamos fazer da família em Cristo o centro dinâmico desta vivência de esperança, e não bloquear os nossos esforços, nem restringir a nossa partilha, mas sim alargá-la e abrindo-a a uma dimensão de comunhão espiritual”, desenvolveu.
O especialista em Sagrada Escritura, que liga o tema jubilar da esperança às leituras dominicais, explica que a esperança se define também “como um sentimento de partilha vivencial, interior”, numa partilha de comunhão, de acolhimento, “e de repartir não apenas com aqueles que são a família biológica, a família paternal ou maternal”, mas, a família daqueles a quem podem testemunhar “esta grandeza do amor e do testemunho fraterno em Cristo”.
“Estamos quase a caminhar para o fim do ano da esperança, do ano jubilar, e este é pelo menos um motivo bonito para que façamos também da esperança uma dinâmica de vivência familiar para aqueles que nos são próximos, e também abri-la na caridade fraterna àqueles que porventura estão mais necessitados e mais longe da nossa vivência quotidiana”, acrescentou o padre João Lourenço, na sua proposta de reflexão em torno dos textos da Bíblia que vão ser lidos este domingo nas Missas.

A Igreja Católica está a viver o Ano Santo 2025, com o tema ‘Peregrinos de Esperança’, iniciado pelo Papa Francisco na véspera do Natal, na noite do dia 24 de dezembro de 2024, com a abertura da Porta Santa na Basílica de São Pedro.
O 27.º Jubileu ordinário da história da Igreja Católica, convocado através da bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não engana), encerra-se este domingo, dia 28 de dezembro, nas dioceses de todo o mundo, e terá a sua conclusão a 6 de janeiro de 2026, no Vaticano, sob a presidência do Papa Leão XIV, com o fecho da Porta Santa na Basílica de São Pedro.
O padre João Lourenço, especialista em Sagrada Escritura, liga o tema jubilar da esperança às leituras dominicais, numa rubrica semanal no comentário à liturgia no Programa ECCLESIA, desde o dia 10 de janeiro; esta sexta-feira, onde três convidados de vários setores da Conferência Episcopal Portuguesa comentaram o Ano Santo a partir dos Jubileus dos Jovens, do Mundo Missionário e da Catequese e do Mundo Educativo.
O Papa Bonifácio VIII instituiu, em 1300, o primeiro ano santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, cinquentenária e finalmente fixado de 25 em 25 anos.
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