«Estamos ainda na oitava da Páscoa e a vida do padre Bento foi uma vida pascal», afirmou
Lisboa, 06 abr 2024 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa presidiu, na sexta-feira, à cerimónia de abertura da Causa Diocesana de Beatificação e Canonização do Servo de Deus irmão Bento Manuel Nogueira, “um homem muito cristocêntrico”, que “fez da sua vida uma dádiva por Cristo”.
“Faz hoje 97 anos que ele nasceu! Estamos ainda na oitava da Páscoa e a vida do padre Bento foi uma vida pascal. Ele não viveu para estar em função de si próprio, ele não viveu para se servir, ele nunca usou, nem nunca se aproveitou, nem nunca canalizou as situações, o lugar onde estava, a sua atividade em benefício, em vantagem ou em proveito próprio”, afirmou D. Rui Valério, na Igreja da Casa de Saúde do Telhal.
O Patriarca de Lisboa realçou que “mais do que do que a salvação de si – no sentido humano da palavra –, ao padre Bento interessava a salvação dos outros”.
“Não apenas do ponto de vista médico, com os cuidados que a todos ele sustentava, mas uma dimensão seja de dimensão física, biológica, também psíquica e também, obviamente, espiritual, a salvação da alma. Isto faz com que ele seja um apóstolo da Páscoa”, indicou.
Na cerimónia, onde estiveram presentes os familiares do padre Bento e onde o Tribunal Eclesiástico da causa de canonização tomou posse e fez o juramento, o Patriarca de Lisboa referiu que se assinalava “um dia grande para a Igreja de Portugal, para a Ordem Hospitaleira e para o Patriarcado de Lisboa”.
“São João de Deus está imensamente feliz por ver um dos seus filhos prestes a subir às honras dos altares, pelo seu heroísmo na vida da fé, no testemunho da esperança e no ardor da caridade que ele conseguia colocar em tudo que fazia, em todos os projetos em que se envolvia”
D. Rui Valério manifestou gratidão ao Senhor “por ter suscitado na Ordem Hospitaleira e na Igreja de Portugal, entre os filhos desta nação à beira-mar plantado, uma alma da grandeza, uma alma com o caráter de santidade como o padre Bento Manuel Nogueira”.
“A vossa Ordem albergou em si, foi como que o berço, foi como que o laboratório, a oficina, onde a santidade do padre Bento ganhou forma, se foi desenvolvendo e hoje, com grande gratidão, com grande disponibilidade, pode ser oferecido à Igreja e ao mundo como uma referência para que cada um seja esse sal da terra e essa luz do mundo”, disse à Ordem Hospitaleira de São João de Deus.
Depois da cerimónia, o patriarca de Lisboa presidiu ao Ofício das Vésperas.
Já antes, em nota de imprensa, a Ordem Hospitaleira de São João de Deus tinha assinalado que o irmão Bento Manuel Nogueira, religioso e sacerdote da Ordem Hospitaleira, falecido em 2003, deixou “um “legado inestimável de caridade e serviço aos mais pobres e doentes”, em Portugal, mas também enquanto missionário em Nampula, Moçambique.
“A sua vida, verdadeiro hino ao amor fraterno, inspirou inúmeros fiéis e continua a ser um exemplo de entrega e compaixão”, escreveu.
LJ/