D. Manuel Linda realçou caráter «fraturante» desta proposta
Lisboa, 28 jan 2017 (Ecclesia) – O debate à volta da ideologia do género esteve em cima da mesa nas jornadas de formação permanente do clero do Patriarcado de Lisboa, que decorreram nos últimos dias.
Subordinadas ao tema ‘A vida sob o olhar de Deus’, as jornadas foram acolhidas pelo Seminário dos Olivais e tiveram como oradores bispos, sacerdotes e leigos da diocese lisboeta, empenhados nas mais diversas áreas.
De acordo com as sínteses do evento, enviadas hoje à Agência ECCLESIA, D. Manuel Linda, bispo das Forças Armadas e de Segurança, destacou a ideologia do género como algo que hoje é “usado para a desestabilização social”.
Uma corrente onde “não há distinção entre masculino e feminino e onde o modelo de famíla se apresenta com caraterísticas diferentes daquelas que são conhecidas e reconhecidas”.
Na ideologia de género, frisou o prelado, “há uma separação da maternidade da feminilidade, confunde-se a diferença sexual com orientação sexual” e “os seus defensores aplicam-na ao prazer e à autodeterminação sexual”.
Para D. Manuel Linda, escudada numa "ideia de modernização", está em causa a "imposição" por parte de uma "minoria" de uma nova conceção da pessoa, da sua anatomia, que arrasta consigo toda uma "nova visão cultural".
Uma nova visão que, na opinião daquele responsável, traz consequências "fraturantes" para a sociedade e deve ser contrariada através da “racionalidade e da humanização”.
No painel de intervenções, destaque também para a conferência da psicoterapeuta Susana Costa Ramalho que abordou as “mudanças estruturais” que a família enfrenta.
“Hoje vivemos numa cultura não favorável à família, onde predomina o descartável, onde os media vão impondo modelos pouco comprometidos de relação. Vamos assistindo a uma afirmação da liberdade individual onde a legislação não é favorável, há ausência de compromisso e educa-se para o individualismo e o prazer”, realçou aquela responsável, para quem a maior arma para enfrentar os problemas está “na arte de amar” e nisso os cristãos devem estar na linha da frente.
“É preciso ser exemplo, ser o primeiro a amar, ser capaz de confiar, viver a misericórdia com a correção, comunicar com clareza cuidando das relações”, completou.
JCP