Mensagem do patriarca para a Quaresma destaca «consequências sociais» da esperança cristã

Lisboa, 05 mar 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa publicou hoje a sua mensagem para a Quaresma de 2025, ano de Jubileu, destacando as “consequências sociais” da esperança cristã, em particular no campo da paz.
“Somos chamados a uma esperança que tem consequências sociais: o Deus que libertou da escravidão é o mesmo Deus que hoje quer libertar a humanidade da guerra, da violência e do ódio. Só uma sociedade totalmente voltada para Deus pode encontrar razões para encetar caminhos de verdadeira paz, construtora de uma civilização do amor e da cultura do encontro”, escreve D. Rui Valério.
A Quaresma, que começa esta quarta-feira com a celebração de Cinzas, é um período de 40 dias (a contagem exclui os domingos) marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (em 2025, no dia 20 de abril).
O patriarca de Lisboa realça que este tempo deve levar a transformações nas comunidades cristãs, “chamadas a ser lugar da esperança, em que cada um é acolhido e em que se faz verdadeiro caminho de comunhão com Deus, lugares e espaços em que não se desiste de ninguém”.
D. Rui Valério apresenta a Quaresma como um “tempo particular de renovação interior, de purificação dos esquemas mesquinhos e egoístas e de um encontro com Deus que oferece uma nova forma de viver”.
Durante este tempo litúrgico específico é proposta a renúncia quaresmal, uma prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para finalidades especificadas pelo bispo da sua diocese.
Em 2024, as comunidades católicas recolheram mais de 195 mil euros e, este ano, vão ajudar três instituições, “em consonância com a bula do Papa Francisco para a convocação do Ano Jubilar”.
O patriarca de Lisboa adianta que uma parte desta renúncia vai ajudar o Centro ‘Tsarazaza’, instituição que acolhe crianças órfãs e outras originárias de famílias pobres na Diocese de Mananjary (Madagáscar), cujo bispo é o missionário português D. Alfredo Caires.
Os donativos destinam-se ainda à ‘Associação Apoio à Vida’, que ajuda mulheres grávidas a levar a gravidez até ao fim, e à Associação ‘O Companheiro’, IPSS que promove a reintegração na sociedade e previne a reincidência criminal de reclusos.
OC