Bispo realçou «testemunho de Evangelho vivo» que vai levar para a sua nova missão na Diocese de Santarém
Lisboa, 10 nov 2017 (Ecclesia) – O Seminário dos Olivais acolheu esta quinta-feira uma celebração de “agradecimento pela nomeação” de D. José Traquina como bispo de Santarém, que depois de várias décadas de missão no Patriarcado de Lisboa.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. José Traquina começou por devolver esse “reconhecimento” a todos quantos partilharam consigo uma história de vida na Diocese de Lisboa.
“Às comunidades cristãs, aos nossos Seminários por onde passei, ao senhor cardeal-patriarca, ao atual e aos que já partiram e de que tenho grata recordação, mas também aos muitos colegas sacerdotes e aos muitos leigos da diocese, de que tenho o testemunho do que é o Evangelho vivo. Essa foi a grande escola que tive e é esse testemunho que eu vou levar para a minha nova missão”, salientou o bispo, de 63 anos.
D. José Augusto Traquina Maria é natural de Évora de Alcobaça, no Patriarcado de Lisboa.
Depois de ter sido aluno da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, José Traquina ingressou no Seminário de Almada e mais tarde no Seminário dos Olivais onde, em 1980, concluiu a formação.
Em 1985 foi ordenado padre pelo então cardeal-patriarca António Ribeiro, tendo começado como pároco nas comunidades do Bombarral e Vale Covo, e mais recentemente em Nossa Senhora do Amparo de Benfica.
A história com a Diocese de Lisboa inclui também várias outras missões, com particular destaque para a sua ligação aos Seminários e à formação vocacional dos sacerdotes.
D. José Traquina integrou a equipa do Pré-Seminário de Lisboa, entre 1995 e 1997, e foi também diretor espiritual do Seminário dos Olivais, entre 2012 e 2014.
A ordenação episcopal chegou em 2014, data em que foi nomeado pelo Papa Francisco bispo auxiliar de Lisboa.
Neste sentido, D. José Traquina realça que leva da diocese lisboeta também “as grandes decisões de amadurecimento”, enquanto pessoa e como sacerdote, em cada “etapa” por onde passou.
Primeiro como formador e depois como pastor, na realidade do “Oeste” de Lisboa e depois no contexto mais “urbano”.
“Foram momentos desafiantes, em que me foi pedido sempre um novo olhar, uma nova leitura da realidade, iluminar essa realidade com o Evangelho e com a luz da fé. Estes desafios fazem-nos crescer, mobilizam-nos, motivam-nos, fazem-nos crescer porque somos convidados a também fazer crescer outros”, sustentou.
A Missa foi presidida pelo cardeal-patriarca, que falou de D. José Traquina como “um homem de Deus para o povo”.
“Vai ser muito bom em Santarém como tem sido muito bom em Lisboa”, salientou D. Manuel Clemente, que destacou as qualidades humanas e espirituais do novo bispo de Santarém, “um grande dom de Deus à Igreja”.
D. Manuel Clemente realçou ainda que a ida de D. José Traquina para a “diocese irmã” de Santarém é uma expressão da “fecundidade” que tem caraterizado a comunidade católica de Lisboa, de onde “nos últimos 10 anos saíram quatro bispos” em missão para outros territórios do país.
“É um sinal de que a graça de Deus aqui também trabalha e que assim como recebemos também damos. É a vida da Igreja”, completou.
A Diocese de Santarém tem uma superfície de 320 mil quilómetros quadrados, que não coincide com os limites do distrito civil; numa população de cerca de 300 mil pessoas, há mais de 230 mil católicos, distribuídos por 112 comunidades paroquiais.
Para dia 26 de novembro está marcada a entrada solene de D. José Traquina na diocese escalabitana, com uma celebração a partir das 16h00, na igreja de Santa Clara.
JCP