Secretário de Estado da Santa Sé participou no Jubileu da Esperança, «essencial nestes tempos de desesperança» para o presidente da República

Lisboa, 13 set 2025 (Ecclesia) – O secretário de Estado da Santa Sé afirmou hoje que num “tempo de complexidade global” todos são chamados “a promover o humano e a sua dignidade”, com um “olhar amplo, integral e profundo”, no Jubileu das Autoridades, em Lisboa.
“Neste tempo complexo e marcado por profundas fraturas, sentimos uma necessidade que precede até o dever: a de voltar a falar, com coragem e verdade, da dignidade humana. Uma dignidade que não é concedida, mas reconhecida; que é infinita e inalienável, própria de cada homem e cada mulher, sem qualquer exclusão”, disse o cardeal Pietro Parolin, este sábado, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Na intervenção, intitulada ‘Compromisso da Igreja com a Cidade’, o secretário de Estado da Santa Sé acrescentou que só assim poderão “contribuir para um futuro fundado não no poder ou no interesse”, mas na verdade do Evangelho “e na esperança que ele traz ao coração da humanidade”.
“Num mundo que tantas vezes parece perder a direção, é importante recordar que a esperança não é apenas um conceito abstrato, mas uma promessa concreta; neste tempo de crescente complexidade global, somos todos chamados – como cidadãos responsáveis e profissionais do compromisso público – a promover o humano e a sua dignidade com um olhar amplo, integral e profundo.”
O Patriarcado de Lisboa promoveu hoje o ‘Jubileu Compromisso com a Cidade’, iniciativa inserida no atual Ano Santo que se celebra na Igreja Católica dedicado à ‘esperança’, e reuniu responsáveis da política, da Justiça, das Forças Armadas e de Segurança.
“A missão própria da Igreja, confiada por Cristo, é de natureza religiosa, não política, económica ou social. Contudo, dessa missão espiritual brotam «tarefas, luz e forças» que podem contribuir de modo significativo para o bem comum e para a construção de uma sociedade mais justa. A força com que a Igreja incide na sociedade não reside num poder externo, mas na «fé e caridade efetivamente vividas»”, assinalou o colaborador do Papa.
Segundo D. Pietro Parolin, também no espaço urbano, o Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da Igreja Católica, pretende traduzir-se “num verdadeiro tempo de graça, de empenho cívico e de renovação humana”, onde a esperança se manifesta como “força motriz e transformadora, critério de discernimento e fermento de dignidade, ao serviço de todos os cidadãos e do bem comum”.
“Magistrados, diplomatas, militares, forças de segurança, políticos, advogados e outros profissionais da Administração Pública são chamados a assumir um papel ativo na construção da paz, da justiça, da proximidade, da verdade e do bem comum, no coração de Lisboa.”
O cardeal italiano explicou também o funcionamento da diplomacia da Santa Sé e afirmou que “a prioridade” é a evangelização, “acompanhada da promoção integral da pessoa humana, que inclui o serviço da caridade e da educação”, uma diplomacia evangélica que procura servir “tanto a coexistência pacífica dos povos segundo o direito e a justiça, como a coesão social dentro das diferentes nações”, colocando no seu centro a pessoa humana, a defesa e a promoção dos direitos humanos e, sobretudo, o respeito pela liberdade religiosa.

O Patriarca Lisboa, D. Rui Valério, fez a saudação inicial aos participantes do Jubileu das Autoridades, numa intervenção intitulada ‘Compromisso com a Cidade’, na Fundação Calouste Gulbenkian.
O programa encerra com a celebração da Missa, presidida pelo secretário de Estado do Vaticano, na igreja paroquial de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
HM/CB