Lisboa: «São Vicente continua, hoje, a ser testemunho e apelo a amar até ao fim, no seguimento de Cristo» – D. Manuel Quintas

Bispo do Algarve presidiu a delegação que esteve em Lisboa, para receber relíquias do padroeiro da diocese

Lisboa, 21 jan 2024 (Ecclesia) – O bispo do Algarve agradeceu este domingo ao Patriarcado de Lisboa a cedência à sua diocese de uma parte das relíquias de São Vicente, diácono e mártir do século IV e padroeiro das duas dioceses.

São Vicente continua, hoje, a ser testemunho e apelo a amar até ao fim, no seguimento de Cristo na sua doação plena ao Pai e a toda a humanidade. Que a palma do martírio de São Vicente continue, pela sua intercessão, viçosa e verdejante no coração dos cristãos das nossas dioceses e seja sinal da vitalidade da fé que nos inspira e anima no testemunho de Cristo”, disse D. Manuel Quintas, numa intervenção divulgada pelo Patriarcado de Lisboa.

Além da relíquia, foi disponibilizado o relicário à Diocese do Algarve, para o transporte e exposição à veneração, “passando, desde já, por diversas comunidades paroquiais, com realce para as próximas catequeses quaresmais que promoveremos na Catedral de Faro, sobre São Vicente”, adiantou o responsável.

O bispo do Algarve falava na oração de vésperas, na Sé de Lisboa, acompanhado por uma comitiva que viajou do sul do país.

“A relíquia de São Vicente tem um alcance que ultrapassa a sua condição de ser parte, ainda que mínima, do seu corpo”, observou.

D. Manuel Quintas agradeceu a disponibilidade do Patriarcado de Lisboa em ceder esta relíquia à Diocese do Algarve, destinada à Catedral de Faro, “como sinal e expressão de comunhão eclesial, tendo São Vicente como patrono comum, na evocação dos 850 anos da trasladação das suas relíquias para Lisboa”.

São Vicente, diácono em Saragoça (Espanha), foi morto no início do século IV, durante as perseguições do imperador romano Diocleciano contra os cristãos da Península Ibérica.

Segundo Prudêncio, um poeta cristão da antiguidade, os restos mortais de Vicente foram mandados lançar aos pântanos, fora dos muros da cidade, para que fossem devorados por animais, mas os seus restos foram protegidos por corvos, que impediram a profanação do corpo.

A tentativa de recuperação do corpo foi ordenada por D. Afonso Henriques, que mandou construir o Mosteiro de São Vicente de Fora em 1147, no cumprimento de um voto dirigido a São Vicente pelo sucesso da conquista de Lisboa aos mouros.

O corpo do mártir chega a Lisboa no dia 15 de setembro de 1173 e é depositado em Santa Justa; no dia seguinte é trasladado para o altar-mor da Sé e do Algarve chega tudo o que pertencia ao mártir.

Uma relíquia é preservada com o propósito de ser venerada religiosamente, podendo ser um objeto pessoal ou partes do corpo de um santo, geralmente conservadas em receptáulos próprios, chamados relicários.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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