Locais de peregrinação e devoção assumem-se como marca no território, de Bragança ao Algarve
Lisboa, 01 mar 2024 (Ecclesia) – Os Santuários de Cerejais (Alfândega da Fé), na Diocese de Bragança-Miranda, e o de Nossa Senhora da Piedade – Mãe Soberana – (Loulé), na Diocese do Algarve, estiveram em destaque no espaço do ‘Turismo Religioso’ da Bolsa de Turismo de Lisboa.
“É um santuário [Cerejais] que está umbilicalmente ligado ao Santuário de Fátima e a toda a mensagem. Foi construído com esse propósito de ser a Fátima do nordeste, para as pessoas do norte estarem mais perto de Fátima, ainda são uns quilómetros de Bragança até Fátima e quem queira estar perto de Maria tem essa oportunidade, porque é um santuário dedicado ao Imaculado Coração de Maria”, explicou Daniela Ochoa, em declarações à Agência ECCLESIA.
A responsável pelo Gabinete de Apoio ao Peregrino e Comunicação do Santuário de Cerejais, em Alfândega da Fé, na Diocese de Bragança-Miranda, apresentou este local de culto mariano, esta quinta-feira, no espaço do ‘Turismo Religioso’ da Bolsa de Turismo de Lisboa.
“É de extrema importância estarmos aqui, já viemos o ano passado, para darmos a conhecer o nosso santuário e os nossos serviços, aquilo que os nossos peregrinos podem ver e usufruir quando nos visitam. Estamos neste momento, na altura das amendoeiras em flor, que acontecem entre meados de fevereiro e março, que é a altura em que recebemos muitos, muitos peregrinos, é quando nós temos aquele ‘boom’, chegamos a milhares, milhares de peregrinos”, desenvolveu.
Daniela Ochoa explicou que para além dos espaços do Santuário de Cerejais também quiseram dar a conhecer a “vertente mais paisagística, toda a envolvente”, para além das amendoeiras em flor, que tem a sua própria campanha de turismo, estão “muito envolvidos pelos lagos do Sabor, que são de uma beleza extraordinária”.
“O nosso santuário é um museu a céu aberto. Nós temos obras dos maiores escultores portugueses do século XX, então também é essa vertente cultural, espiritual e paisagística. Temos peças do escultor José Ferreira Thedim, que foi o escultor da imagem original de Fátima, do mestre José Rodrigues, que é um dos maiores escultores contemporâneos, temos também de Altino Maia, os mistérios do Rosário, algumas obras de Joaquim Cardoso e temos também um Cristo-Rei magnífico de João Fragoso”, indicou.
A coordenadora do Gabinete de Apoio ao Peregrino e Comunicação do Santuário de Cerejais explica que têm “visitas guiadas”, um serviço de refeições, nas instalações da Casa de Peregrinos e um albergue com 47 camas, são a “instituição com maior capacidade para receber peregrinos”, no Concelho da Alfândega da Fé, e, claro, o serviço de celebração, “a Santa Misa ou outra celebração que pretendem, um retiro”.
O santuário da Diocese de Bragança-Miranda, que comunica através de contacto direto com os peregrinos, email e telefone, e, também, através das redes sociais e do website, está a realizar um processo de digitalização, têm códigos QR (QR Code) na entrada dos edifícios, caso a visita não seja acompanhada, e uma máquina para donativos digitais.
O reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Loulé, na Diocese do Algarve, também esteve nesta edição da Bolsa de Turismo de Lisboa para apresentar o culto à Mãe Soberana e esta manifestação religiosa “como o grande produto turístico” numa região que “não é somente para praia, sol, mar, mas também a uma região de cultura”. “Esta festa é também o avivar desta cultura, desta identidade de um povo que também é crente e que congrega tanta gente de várias partes do país, e mesmo de fora, e isso também é um grande contributo económico e de desenvolvimento sustentável, em primeiro lugar para as pessoas que participam, para o sentido transcendente, espiritual, também do grupo de família, de comunidades, e depois para a própria região”, desenvolveu o padre Carlos Aquino, à Agência ECCLESIA, sobre, “segundo todas as estatísticas, a festa religiosa mariana mais importante e mais significativa” a sul do Tejo. O sacerdote algarvio lembra que esta festa acontece “num tempo extraordinário que é primavera, depois da Páscoa”, salientando que Loulé tem “vários espaços importantíssimos de identidade cultural e religiosa”, e é “um grande contributo” apresentarem esta “manifestação tão significativa”, na BTL 2024. Para além do reitor do Santuário da Mãe Soberana, esta apresentação contou também com a presença de um historiador, que fez o enquadramento das festividades, e da designer Andreia Pintassilgo, a autora da nova identidade gráfica do culto em torno da Mãe Soberana que foi apresentada em abril de 2023, pelo Município algarvia de Loulé. |
Um espaço dedicado ao ‘Turismo Religioso’ na Bolsa de Turismo de Lisboa, “é muito importante”, realça o padre Carlos Aquino, salientando que o património religioso é “uma marca inquestionável da identidade do povo português”, e se retirassem as igrejas, os conventos, todas as grandes procissões culturais religiosas “o país ficaria despojado da sua própria identidade”
“Temos a oportunidade de perceber que grande parte também de riqueza económica brota deste turismo religioso que cada vez aumenta mais até numa procura de gente do estrangeiro e que aprecia imenso o silêncio dos templos, os santuários construídos em espaços ambientais”, indicou.
“ Eu penso que é muito significativo e importante estarmos presentes, todas as regiões, e sentir que a Igreja tem também um grande contributo a dar ao país”, acrescentou o reitor do Santuário de Nossa Senhora da Piedade.
A Diocese de Lamego, com o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, também está presente na Bolsa de Turismo de Lisboa, no espaço do Turismo Religioso; o padre Filipe Pereira, responsável pela Pastoral do Turismo diocesana, apresentou, à Agência ECCLESIA, a empresa ‘Remédios Tourism Excellence’, operadora turística e agência de viagens, criada este ano pela diocese.
CB/OC