Igreja Católica está a viver Semana de Oração pelas Vocações
Lisboa, 30 abr 2020 (Ecclesia) – O reitor do Seminário de Cristo-Rei dos Olivais destacou a importância de alimentar “o cuidado orante”, numa “lógica vocacional da existência” nas comunidades e famílias.
“Que todos os cristãos vão ganhando a consciência que a fé não é uma simples manifestação religiosa, de necessidades religiosas, mas é aprender a reposicionarmos na vida sempre em cada momento a tentar responder aqui e agora aquilo que é pedido de Deus, o apelo de Deus, o desafio de Deus”, explicou o padre José Miguel Barata Pereira no contexto da Semana de Oração pelas Vocações, que decorre até domingo.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o reitor do seminário do Patriarcado de Lisboa acrescentou que se for “ganhando como hábito de viver a fé” também vai suscitar nos jovens que “têm que decidir a vida a partir do apelo de Deus e não apenas de um desejo pessoal de felicidade ou de aperfeiçoamento”.
“É importante que alimenta nas comunidades cristã e nas famílias não só o cuidado orante pelos que já são chamados ou estão em discernimento mas também uma logica vocacional da existência”, assinalou.
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O Papa Francisco escreveu a mensagem ‘As palavras da vocação’ para Dia Mundial das Vocações, que a Igreja Católica vai viver este domingo (3 de maio) e destacou como palavras-chave “gratidão, coragem, tribulação e louvor”.
O padre José Miguel Barata Pereira explicou a importância das quatro palavras-chave no caminho vocacional no sentido de “ir aprofundando a vida, a própria existência, como uma resposta a um dom de Deus, e chamamento de Deus”.
“É fundamental essa atitude de gratidão, de louvor, porque Deus pensou em mim, porque me chamou à existência sem que eu fizesse nada para isso e me acompanha permanentemente e rasga caminhos de possibilidade e caminhos de plenitude, de abundância, de preenchimento para a minha vida”, desenvolveu.
Sobre a “tribulação”, o sacerdote salienta que da vida faz parte “aprender a viver as contrariedades, as dificuldades, os limites e até as perdas” e é importante aprender a viver as tribulações como “oportunidades de superação, de transformação, como oportunidades de cuidado, não apenas as tribulações como vítima mas oportunidade de descobrir e alargar o horizonte de ser cuidador”.
Por fim, segundo o padre José Miguel Barata Pereira, a palavra ‘coragem’ que não é “no sentido super-heroíco” mas de quem está em Deus, “de quem se descobre profundamente suportado por Deus, apoiado e sabe que em Deus tudo tem saída”, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na vida e até na morte.
O Seminário de Cristo-Rei dos Olivais está a dinamizar esta semana especial nos meios online – site e redes sociais Facebook e Instagram – com pequenas fotografias e pequenas mensagens, a “lembrar a oração e fazendo chegar os pedidos e expressões de oração” e a casa de formação também procura ter, “de forma mais intensa e mais atenta”, a intenção pelas vocações e pelos que rezam pelas vocações na sua oração comunitária.
O padre José Miguel Barata Pereira explica que por causa do estado de emergência e isolamento social no seminário estão “confinados no ritmo normal de uma vida familiar alargada” e, este ano, não podem “oferecer” uma “semana aberta para que alguns jovens possam viver” na instituição mas esta intenção especial vai estar na “vigília de oração interna”, desta quinta-feira.
Fundado em 1931, pelo cardeal Cerejeira, o Seminário dos Olivais acolhe atualmente os seminaristas de várias dioceses portuguesas – Aveiro, Funchal, Leiria-Fátima, Portalegre-Castelo Branco, Santarém -, de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e da Índia.
No seu sítio online, a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, da Conferência Episcopal Portuguesa, publicou subsídios para ajudar comunidades e famílias a celebrar a 57.ª Semana de Oração pelas Vocações, que termina no dia 3 de maio.
CB/OC
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