Frei Armindo Carvalho sublinha dimensão popular do religioso, figura que continua a atrair milhares de devotos
Lisboa, 14 jun 2019 (Ecclesia) – O provincial dos Franciscanos em Portugal, frei Armando Carvalho, considera que as autoridades políticas devem procurar uma solução que melhor a acessibilidade à igreja de Santo António, junto à Sé de Lisboa, procurada por milhares de pessoas.
“Começaram a fazer um elevador, a partir do Campo das Cebolas e até à Sé, mas parou há mais de dois anos. Isso seria uma alternativa: os autocarros paravam no Campo das Cebolas, as pessoas subiam no elevador e estavam lá em cima”, refere o religioso, que já foi guardião da igreja que nasceu junto à casa onde nasceu Santo António.
Na entrevista semanal conjunta ECCLESIA-Renascença, publicada e emitida hoje, frei Armindo Carvalho observa que esta Igreja-Santuário é um dos passos da rota de peregrinações religiosas, que “passam por Lisboa, vão a Fátima, seguem para Santiago de Compostela”.
O responsável provincial nota que “já não são tantos os grupos de estrangeiros” a deslocar-se a esta igreja, apesar do trabalho que é feito com os guias.
“Houve uma alteração da Câmara Municipal, que é proprietária da Igreja, e quando, noutros tempos, os autocarros chegavam lá e deixavam os turistas, depois eram chamados no regresso, agora já não sobem”, adverte.
O religioso observa ainda que a passagem por Santo António contribui para a compra do Pão dos Pobres, as obras de assistência social e para a manutenção da Igreja.
O provincial dos Franciscanos em Portugal admite que o “lado intelectual” do doutor da Igreja é menos conhecido no país, onde “o povo quase o considera como um membro da família”.
“Também, casamenteiro, aquele que acha as coisas perdidas, aquele que desenrasca os doentes, é o santo dos pobres, é o santo daqueles que são simples e que reconhecem que precisam de alguém para os ajudar”, acrescenta.
Frei Armindo Carvalho considera que as festas populares e as marchas são uma expressão de algo maior, a “festa do coração das pessoas”.
“Se se viver o encontro com Santo António, na simplicidade do coração, e depois se dança e se canta e se toca música com os amigos e a família, isso é uma partilha muito simpática”, assume.
A entrevista aborda a história do mais conhecido santo português e os sinais de devoção que se multiplicam na Europa e um pouco por todo o mundo.
Paulo Rocha (ECCLESIA) e José Pedro Frazão (Renascença)