D. José Policarpo evocou figura São Vicente, padroeiro da diocese, em tempos de crise para Portugal
Lisboa, 22 jan 2013 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou hoje que os católicos devem concentrar-se na vivência da sua fé e no “amor ao próximo” para poder ajudar a sociedade portuguesa a viver a crise com “grandeza e esperança”.
“No momento concreto que vive a nossa sociedade, uma interrogação se me põe: o que devemos pedir a São Vicente para nos ajudar a todos, Igreja e sociedade, a viver as dificuldades do tempo presente com grandeza e esperança?”, perguntou D. José Policarpo, na homilia da missa a que preside na Sé, por ocasião da solenidade litúrgica de São Vicente, mártir, padroeiro principal da diocese.
São Vicente, diácono de Saragoça (Espanha), foi martirizado no início do século IV, na perseguição de Diocleciano, a última desencadeada pelos imperadores romanos contra os cristãos.
D. José Policarpo disse que foram “a fé em Deus e o amor a Jesus Cristo” que levaram o santo a “fazer da sua vida um dom, no serviço dos irmãos e do sacrifício da própria vida no martírio”.
“Sempre, mas particularmente nos momentos difíceis, acreditar em Deus, confiar na sua ajuda e proteção, é atitude constitutiva de uma reação ao sofrimento, alicerçada na confiança profunda”, acrescentou.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa destacou que a confiança no “auxílio divino” não exclui a busca de “soluções humanas, políticas, económicas, culturais” para “vencer o sofrimento”.
D. José Policarpo frisou que “nos momentos mais difíceis, as comunidades humanas precisam de ser revitalizadas” pela “generosidade do serviço”, dando prioridade aos outros, e afirmou que o amor é “uma força decisiva” para encontrar “caminhos de solução”.
“Temos assistido a uma sinfonia de vozes que apontam soluções para o sofrimento coletivo. Não tenho a certeza que ela nos leve a identificar os que são, pessoalmente, atingidos pelo sofrimento”, alertou.
O cardeal-patriarca falou ainda da importância de testemunhar a fé “em todas as circunstâncias”, aludindo às comunidades cristãs perseguidas.
Os restos mortais de São Vicente, também padroeiro principal da Diocese do Algarve, chegaram à cidade de Lisboa no dia 15 de setembro de 1173.
OC