D. José Policarpo aponta missão especial na cidade, marcada para 2012, como desafio para uma diocese que quer unida
Lisboa, 25 out 2011 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca presidiu hoje a uma missa na Catedral de Lisboa, no encerramento das comemorações do jubileu dos 50 anos da sua ordenação, agradecendo a todos os que o ajudaram a sentir “a alegria” do sacerdócio.
“Nos diversos momentos celebrativos, o presbitério, os diáconos, o Povo de Deus, ajudaram-me a sentir de novo a alegria do meu sacerdócio, a descobrir outra vez que a razão de ser dele é a Igreja e reconduziram-me ao amor por esta Catedral onde, há cinquenta anos, tudo começou”, disse D. José Policarpo, na sua homilia.
A celebração decorreu no dia da dedicação da Sé patriarcal, contando com a presença de “grande parte do episcopado português, além de muitos padres diocesanos”, segundo o serviço de informação do patriarcado de Lisboa.
“Em cinquenta anos de ministério sempre me senti profundamente ligado a esta Catedral, onde fui consagrado sacerdote”, confessou o cardeal.
D. José Policarpo sublinhou a presença de vários bispos de outras dioceses nesta celebração: “Uma Igreja comunhão só o será verdadeiramente se estiver em comunhão com as outras Igrejas e ao abrirmo-nos a essa dimensão universal sentimos a força interpelante e unificadora do sucessor de Pedro [Papa], a quem Jesus pediu que confirmasse sempre a sua Igreja na unidade da fé e da caridade”.
Para este responsável, “a Catedral sugere a unidade do presbitério, do Bispo com os presbíteros, que têm de espelhar na sua unidade de comunhão, a unidade que querem construir em toda a Igreja diocesana”.
“Não há lugar para autonomias ou autarcias: a Liturgia como modo de celebrar, a proclamação da Palavra, sobretudo na homilia, as prioridades pastorais decididas para toda a diocese, serão possíveis nesta busca da unidade que, no fundo, é procurar sermos todos um só, com Cristo, o templo definitivo de Deus”, prosseguiu.
O patriarca de Lisboa recordou que o Papa lançou uma proposta, através do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, a 12 Igrejas europeias, entre as quais a de Lisboa, para “uma experiência de nova evangelização a partir da Catedral, a realizar na Quaresma de 2012”.
“Nós aceitamos esse desafio e um programa está já em preparação. Sugere como concretizações: catequeses do bispo na catedral orientadas para públicos específicos; celebração do sacramento da penitência; celebração da eucaristia; proclamação completa do Evangelho de Marcos; uma concretização da caridade, através da partilha cristã, comum a todas essas Igrejas”, revelou.
A celebração encerrou-se sob uma salva de palmas, dedicada pelos presentes ao cardeal-patriarca.
D. José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936 em Alvorninha, Caldas da Rainha, território do distrito de Leiria e patriarcado de Lisboa.
Padre desde 15 de agosto de 1961, foi ordenado bispo em 1978 e é patriarca de Lisboa desde 1998, após a morte de D. António Ribeiro.
As comemorações do jubileu sacerdotal do cardeal-patriarca, que se iniciaram em março deste ano, terminaram no Seminário dos Olivais, com um jantar-convívio do clero.
D. José Policarpo foi criado cardeal por João Paulo II em 2001 e participou no conclave de abril de 2005 que elegeu Bento XVI.
OC