Lisboa: Patriarca benze os novos sinos da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes

“São seis os novos sinos da torre sineira da igreja do Parque das Nações, em que o maior pesa 920 kg e o menor pesa 110 kg”

Foto: Diogo Paiva Brandão/Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 16 jun 2025 (Ecclesia) – O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, benzeu os sinos da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações, na capital de Portugal, no dia 15 deste mês, no final da missa da Solenidade da Santíssima Trindade.

“São seis os novos sinos da torre sineira da igreja do Parque das Nações, em que o maior pesa 920 kg e o menor pesa 110 kg. Começaram a ser instalados no passado dia 8 de abril e tocaram, pela primeira vez, no Domingo de Páscoa, a 20 de abril, “anunciando a alegria da Ressurreição do Senhor Jesus”, segundo a paróquia.

“Após cerca de dois meses de silêncio, os sinos voltaram hoje a tocar, após a bênção do Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério. Um momento simbólico para esta jovem comunidade cristã, com pouco mais de 20 anos, que teve lugar mais de 10 anos após a dedicação da igreja, a 30 de março de 2014”, lê-se no site do Patriarcado de Lisboa.

Foto: Diogo Paiva Brandão/Patriarcado de Lisboa

“Hoje é, para nós, um dia de festa, porque esta igreja é dotada de novos sinos, o que nos dá uma ocasião oportuna para bem-dizer a Deus nesta celebração. De facto, os sinos estão, de certo modo, intimamente relacionados com a vida do povo de Deus. O toque dos sinos assinala os tempos de oração, reúne o povo para as celebrações litúrgicas, adverte os fiéis quando se dá um acontecimento importante, que é motivo de alegria ou de tristeza, para esta parcela da Igreja, ou para alguns dos seus fiéis. Que durante toda a nossa vida, ao ouvirmos o som dos sinos, recordemos que formamos todos uma só família, e, obedecendo ao Seu chamamento, nos reunamos todos, como sinal visível da nossa unidade em Cristo”, desejou o Cónego Paulo Franco.

Antes da bênção dos sinos, o Patriarca de Lisboa presidiu à Missa da Solenidade da Santíssima Trindade, na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações, em Lisboa.

Na homilia, D. Rui Valério sublinhou a importância da comunhão como dimensão essencial de Deus e do ser humano, alertando contra os perigos do individualismo e da solidão.

“No mistério da Trindade, Deus revela-se como comunidade, como família, não como uma realidade solitária. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo”, afirmou o Patriarca, lembrando que a Igreja celebra este ano os 1700 anos do Concílio de Niceia, que definiu a Trindade como dogma de fé.

Ao refletir sobre o modo como a identidade de cada Pessoa da Trindade se constrói na relação com as outras, o Patriarca de Lisboa assegurou que “ninguém pode ser feliz sozinho”.

Foto: Diogo Paiva Brandão/Patriarcado de Lisboa

“Sozinho, ninguém pode ser, ponto final. Ninguém pode ser pessoa”, garantiu. E reforçou: “Nada pior para a realização do ser humano enquanto pessoa do que o isolamento, do que a solidão, do que o estar sozinho e o querer viver sozinho”.

A Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações, celebra este ano mais de uma década desde a sua dedicação, consolidando-se como ponto de referência espiritual e cultural na zona oriental de Lisboa.

Resultado da vontade de uma comunidade crescente após a Expo’98, a paróquia foi oficialmente criada em 2003, ainda sem templo próprio. “A necessidade de um espaço sagrado surgiu naturalmente, à medida que o bairro ganhava vida”, explicava, então, o pároco, Cónego Paulo Franco, impulsionador do projeto que viria a erguer-se em 2013.

Desenhada pelo arquiteto José Maria Dias Coelho, a igreja apresenta uma arquitetura moderna, de planta circular, com uma torre de 40 metros visível a partir da Ponte Vasco da Gama. A cruz escavada na fachada principal, visível a grande distância, simboliza a presença de Cristo e deixa entrar a luz natural – um gesto simbólico que “reflete a vida que brota da cruz”, segundo o arquiteto.

O interior é marcado pela arte sacra contemporânea do escultor Armindo Alípio Pinto, com destaque para o retábulo da Transfiguração de Cristo e elementos que evocam os Mistérios Luminosos do Rosário.

O espaço litúrgico, centrado no altar, foi concebido para promover uma participação comunitária ativa, em sintonia com a liturgia do pós-Vaticano II.

LFS

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