Lisboa: Patriarca alerta para «efeitos devastadores» da ausência de Deus na sociedade

D. Rui Valério presidiu à ordenação de cinco diáconos

Lisboa, 04 dez 2023 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa presidiu este domingo à ordenação de cinco diáconos, no Mosteiro dos Jerónimos, numa cerimónia em que alertou para os “efeitos devastadores” da ausência de Deus na vida pessoal e da sociedade.

“Desde já vos exorto a fazerdes-vos próximos daqueles e daquelas que não sentem ou já não pressentem Deus nas suas vidas. Atualmente, são uma imensidão. Particularmente entre os jovens, mas também entre os pobres ou entre os que descreem da sua ação redentora no mundo”, referiu D. Rui Valério, na homilia da Missa.

Numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA, o responsável católico alertou que “a única experiência que muitos irmãos e irmãs têm de Deus é a da sua ausência, do seu afastamento, do seu silêncio”.

“Assistir passivamente à privação de Deus da vida dos pobres, ficar na praia a ver mulheres e homens distanciarem-se dele, perderem o sentido da sua presença nas suas vidas, não só é uma traição a Cristo e ao seu Evangelho, mas é ser cúmplice do mais atroz esvaziamento do ser humano, que é ficar privado da bênção de um horizonte de esperança que só a comunhão com o Pai pode dar”, prosseguiu.

Procurai compreender que a ausência do Senhor não produz no ser humano apenas um sentimento de solidão, também o priva de qualquer esperança e mergulha multidões de pessoas numa noite existencial onde tudo parece absurdo e nada aparenta fazer sentido”.

Lourenço Abecasis de Carvalho, proveniente da paróquia de Santa Joana Princesa, e Pedro Miguel de Oliveira Araújo, da paróquia de Alverca do Ribatejo, ambos alunos do Seminário Maior de Cristo Rei, nos Olivais, foram ordenados diáconos em ordem ao sacerdócio.

O Patriarcado de Lisboa tem ainda três novos diáconos permanentes: Joaquim Manuel Mendes Batista (Ajuda, cidade), Jorge Miguel Candeias do Carmo (Porto Salvo) e Luís Manuel de Almeida Ribeiro Costa (Monte Abraão).

A palavra ‘diácono’ tem origem grega e pode traduzir-se por servidor, correspondendo a alguém especialmente destinado na Igreja Católica às atividades caritativas, a anunciar a Bíblia e a exercer funções litúrgicas, como assistir o bispo e o padre nas missas, administrar o Batismo, presidir a casamentos e exéquias, entre outras funções.

“Com a vossa missão concreta, não estais apenas a responder às mais prementes emergências sociais, mas a realizar proximidade, não só humana, mas do próprio Deus”, disse D. Rui Valério aos novos diáconos.

O Concílio Vaticano II (1962-1965) restaurou o diaconado permanente, a que podem aceder homens casados (depois de terem completado 35 anos de idade), o que não acontece com o sacerdócio.

OC

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Agência ECCLESIA

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