Lisboa: Paróquia de Paço de Arcos usa sala de reuniões de um condomínio para criar «proximidade»

Oração do terço ajuda a ir ao encontro da população

Oeiras, Lisboa, 19 mai 2015 (Ecclesia) – O pároco de Paço de Arcos, no Patriarcado de Lisboa, e a sua comunidade estão a usar a oração do Terço fora dos espaços habituais da Igreja para ir encontro das pessoas, durante este mês de maio.

“Como a própria natureza da comunidade é relativamente dispersa, quanto a identidades, e até mesmo os ritmos dos bairros, que nem sempre conseguem encontrar um ponto de encontro, sempre se tentou criar respostas pastorais que permitissem uma saída para outros espaços”, revelou o padre José Luís Costa.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o sacerdote recordou que esta iniciativa já tem cerca de 15 anos, vindo do “tempo do cónego Armando Duarte”.

Este ano, os participantes ocupam temporariamente a sala de reuniões de um condomínio na Tapada do Mocho, entre as 21h00 e as 21h45, aproximadamente.

“É um conjunto de grandes torres, de 15 andares, onde o grosso das pessoas está longe da vida paroquial”, contextualizou o responsável.

Para além de quem habitualmente frequenta a paróquia, o pároco reconhece a presença de pessoas que “já não têm” esta vivência, algumas por “incapacidade física”, e outras são convidadas a aparecer pelos vizinhos.

“Muitas vezes por falta de rede ou proximidade as pessoas têm medo e nessas alturas há sempre o vizinho que se oferece como estimulador”, conta o sacerdote que alerta para as “redes de afeto e proximidade” que são as pessoas.

“Nesse aspeto, falha bastante o acolhimento das igrejas paroquiais quando não conseguem ter disponibilidade para ir integrando as pessoas que não circulam nas redes habituais”, analisou o padre José Luís.

A oração do Terço nos bairros tem sido um dos fatores que “permite” à Paróquia de Paços de Arcos manter “presença e reconhecimento” na comunidade e acolher “algumas caras novas” que o pároco reconhece destes encontros que “normalmente anima”.

Para o responsável, esta iniciativa permite particularmente aos cristãos leigos encontrar “soluções e respostas diretas” ao pedido de sair da “zona de conforto” por parte do Papa Francisco.

“Eu acho que é muito boa ideia, não é muito difícil de fazer. Obviamente tem desafios concretos e práticos, os bairros têm naturezas específicas mas não acho que seja um projeto dificílimo”, acrescentou.

O terço é “o mais tradicional possível” e este ano por iniciativa do pároco e do Conselho Pastoral decidiram abordar documentos do magistério que são “menos conhecidos da maioria dos cristãos”.

Neste momento, em cada mistério, os participantes ouvem um parágrafo da ‘Familiaris Consortio’, (Exortação Apostólica do Papa São João Paulo II) e começaram o mês, Dia do Trabalhador, com a encíclica ‘Redemptor hominis’, também do Papa polaco.

O Mês de Maria termina com uma procissão entre o bairro que acolhe o Terço e a igreja paroquial; este ano, a iniciativa vai percorrer “os vários quadros do bairro, cerca de 10 a 12 torres”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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