D. Manuel Clemente apresentou documento final da assembleia consultiva
Lisboa, 08 dez 2016 (Ecclesia) – O Papa enviou hoje uma mensagem pela conclusão do Sínodo de Lisboa, nos 300 anos da qualificação patriarcal da Diocese de Lisboa, elogiando o desenvolvimento desta assembleia consultiva sob o “sonho missionário” de ir ao encontro de todos.
O texto de Francisco foi lido pelo núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) em Portugal, D. Rino Passigato, na Missa celebrada no Mosteiro dos Jerónimos, sob a presidência de D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca.
O pontífice argentino pediu que as comunidades católicas da capital portuguesa vão ao “encontro de todas as pessoas e situações que esperam o anúncio do Evangelho de Cristo”, continuando o “assinalável esforço missionário” de Lisboa, ao longo dos séculos.
O Papa elogiou o envolvimento de milhares de pessoas, que “estudaram e rezaram” os vários capítulos da exortação ‘A Alegria do Evangelho’, com o lema do “sonho missionário de chegar a todos”.
“Obrigado pela alegria que me dais: que as vossas comunidades se abram cada vez mais, a fim de alcançar todas as pessoas que vivem no seu território, para que chegue a todas a carícia de Deus”, escreveu.
Francisco fala num “tempo da misericórdia” que exige o acolhimento da “pessoa do Senhor ressuscitado”, num caminho de “verdadeira conversão”.
As decisões sinodais, acrescentou o Papa, “espelham o rosto e o coração do patriarcado latino de Lisboa”.
“Ao deparar-vos com as limitações humanas e as dificuldades que sempre aparecem, nunca percais de vista a promessa que o Senhor vos fez: Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos”, concluiu.
No fim da Missa, o cardeal-patriarca de Lisboa assinou e apresentou o documento conclusivo do Sínodo Diocesano.
A Constituição resulta da Assembleia Sinodal, que se realizou entre 30 de novembro e 4 de dezembro, com 137 participantes, entre leigos, clérigos e religiosos.
O documento propõe a vivência do Evangelho como “caminho para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna”, alertando, por outro lado, para as consequências de uma “mentalidade demasiado individualista e burocrática” e os “problemas na própria organização e ação eclesiais”.
O texto assinado pelo cardeal-patriarca de Lisboa fala da necessidade de criar maior compromisso dos leigos católicos e das famílias, como “Igrejas domésticas”.
A Constituição Sinodal constata uma “uma insuficiente participação” dos católicos em vários domínios da vida social e política e dificuldades em “interpretar as atuais mutações sociais, sobretudo em contexto urbano”.
OC