Patriarca lembrou que «a morte, para quem viveu unido a Cristo, não é o fim, mas o cumprimento»
Lisboa, 22 ago 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa presidiu hoje à Missa Exequial do padre Robson Cruz, deste “pastor que tinha cheiro a ovelha” e viveu “amando a Palavra, servindo com generosidade e cuidando dos mais frágeis”.
“A sua morte não é um ponto final: é passagem, é encontro com a plenitude, é entrega nas mãos do Pai que o chamou a ser sacerdote para sempre. Rezemos para que o Senhor o acolha na festa eterna, onde já não haverá luto, nem dor, nem lágrimas. E peçamos também que nós, ainda a caminho, saibamos viver inspirados no seu testemunho: amando a Palavra, servindo com generosidade e cuidando dos mais frágeis”, disse D. Rui Valério, no final da homilia, esta sexta-feira, na igreja de S. João de Deus.
O padre Robson Cruz faleceu aos 63 anos de idade, na manhã do dia 17 de agosto, domingo; era pároco de São João de Deus, na cidade de Lisboa, desde 2019.
“A morte, para quem viveu unido a Cristo, não é o fim, mas o cumprimento. Não é um vazio, mas um encontro: o encontro definitivo com a plenitude do amor de Deus, que é fonte e destino da nossa vida”, assinalou o patriarca de Lisboa na homilia das exéquias, enviada à Agência ECCLESIA, intitulada «A vida do sacerdote é pertença a Cristo», onde começou por “dar uma palavra de conforto e paz aos familiares e amigos do Padre Robson”.
D. Rui Valério destacou três notas da vida e ministério do padre Robson Cruz, que são também “sinais do caminho de santidade” ao qual todos são chamados, e começou por destacar o “profundo amor pela Palavra de Deus”, onde encontrou alimento diário, “escutou a voz de Cristo” e “sustentou a sua oração e a sua pregação”.
“O Padre Robson foi mestre em preparar corações para acolher esta Palavra”, acrescentou o presidente da celebração, que, em segundo lugar, recordou “a sua dedicação ao ministério sacerdotal”, dom generoso, oferecido até ao fim.
“Preparava com zelo a liturgia, cuidava dos sacramentos, visitava as famílias, acompanhava os jovens, escutava os idosos. Era um pastor que tinha cheiro a ovelha, porque não se poupava a esforços para estar no meio do seu povo”, desenvolveu o patriarca de Lisboa.
O padre Robson José de Carvalho Matos Cruz nasceu no dia 16 de abril de 1962, no Rio de Janeiro, no Brasil, e foi ordenado sacerdote para o Patriarcado de Lisboa, a 3 de julho de 1988, na capital portuguesa.
D. Rui Valério, em terceiro lugar, explicou que “o Evangelho esteve sempre no centro do olhar para os mais frágeis” deste padre biblista, que tinha uma “atenção concreta pelos pobres”, pelas pessoas que passavam dificuldades, “pelos esquecidos da sociedade”, onde reconhecia “o rosto de Cristo sofredor”.
“No silêncio e na discrição, muitas vezes sem ninguém saber, foi para eles presença de caridade e de esperança. Conhecia-os pelo nome. Os seus rostos não lhe eram estranhos porque o pastor conhece as suas ovelhas e o Padre Robson foi uma imagem viva e forte desta caridade de Cristo, Bom Pastor”, acrescentou o patriarca, recordando que visitou o Bairro Portugal Novo, nas Olaias, “há poucas semanas”, no dia 15 de julho, “para escutar as preocupações dos mais frágeis da sociedade”.
O calendário litúrgico da Igreja Católica celebra a memória obrigatória de Virgem santa Maria, Rainha, esta sexta-feira dia 22 de agosto, e D. Rui Valério recordou o “sim” de Maria, onde “fez-se oferta, entregando ao Senhor a sua disponibilidade e a sua vida”, um apelo que o padre Robson Cruz “escutou no fundo do seu coração”, e respondeu também ‘sim, faça-se em mim segundo a tua palavra’.
“Era, realmente, um tecelão que tecia a vida e a história com fios de eternidade. A sua peregrinação terrena inundava-se da suprema beleza do amor, da verdade e da alegria e o seu magistério sacerdotal definiu-se sempre pela incomensurável mediação do mundo para Deus, para d’Ele aproximar todo o homem, para cada um se descobrir filho muito amado.”
O Patriarcado de Lisboa divulgou o horário das cerimónias fúnebres, após a Missa exequial presidida por D. Rui Valério, na igreja de São João de Deus, está prevista uma nova Eucaristia às 12h00, seguindo o funeral do padre Robson Cruz, às 13h00, para Vila Nova do Ceira (Diocese de Coimbra), no município de Góis, onde vai ter lugar uma nova Eucaristia (17h00), antes da procissão para o cemitério. |
CB/PR