O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu à celebração da Paixão do Senhor e alertou para o valor da verdade
Lisboa, 30 mar 2018 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa destacou a urgência da verdade, num “mundo cheio de palavras e contrapalavras” esta sexta-feira santa na celebração da Paixão do Senhor, na sé de Lisboa.
“O mundo em que vivemos está tão cheio de palavras e contrapalavras, tão denso de figuras e contrafiguras, que dificilmente nos agarra já, para além d’algum alvoroço imediato”, disse na intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
D. Manuel Clemente sublinhou a importância da verdade sendo o próprio Cristo, contrapondo à verdade imposta por Pilatos e recordou a celebração “entre guerras e destruições, imensas tristezas e grandes abandonos.
“A verdade do império que Pilatos figurava impunha-se pela força das armas. A verdade que Jesus testificava era a da sua própria pessoa e da adesão ao que dizia e fazia”, proferiu.
O cardeal-patriarca de Lisboa falou dos presentes que ali estavam sem “qualquer coação e em plena consciência”.
“Que verdade tão grande, esta que aqui nos certifica, de corpo e alma rendidos ao mistério da Cruz do Senhor. Nela nos sentimos salvos, porque nenhuma esperança e nenhum sofrimento ficaram de fora da Paixão de Cristo”.
O prelado convidou ainda à adoração e serviço a todos os que sofrem, depois da adoração à Cruz naquela celebração.
“Para que também na Cruz de Cristo divisemos a cruz do mundo, em tudo quanto nos faz sofrer – a nós e aos outros. Aí mesmo onde Cristo nos espera, para ser reconhecido e servido.
É para depois continuarmos a adorá-lo e a servi-lo em quem sofra neste mundo de todos os dias, locais e circunstâncias”.
Por fim D. Manuel Clemente apontou a verdade como o “objetivar na vida e na convivência atenta e solidária a religião da Cruz que nos salvou”.
“Para sermos da verdade e para de verdade o sermos sempre”, concluiu.
SN
Homilia do cardeal-patriarca na Celebração da Paixão do Senhor