Lisboa: Núncio impôs pálio a D. Rui Valério (c/fotos)

Gesto simbólico destaca unidade e comunhão do Patriarcado com o Papa

Lisboa, 21 jul 2024 (Ecclesia) – D. Ivo Scapolo, núncio apostólico em Portugal, impôs hoje o pálio, insígnia litúrgica de honra e jurisdição, ao patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, no início da Missa a que este preside no Mosteiro dos Jerónimos.

O representante do Papa começou por explicar o significado do gesto, “um importante e significativo momento de unidade e comunhão” com os arcebispos metropolitas.

“O pálio é também símbolo de uma especial comunhão do arcebispo metropolita com o bispo de Roma”, o Papa, “sinal e fundamento da unidade de toda a Igreja”, acrescentou o núncio.

D. Ivo Scapolo deixou votos de que o patriarca de Lisboa possa “dar a todos um luminoso exemplo de Jesus, o Pastor, e contribuir para fortalecer cada vez mais os vínculos de comunhão com o Santo Padre”.

A faixa de lã branca, com seis cruzes negras de seda, tinha sido entregue ao patriarca português pelo Papa Francisco no Vaticano, a 29 de junho, no dia dos padroeiros de Roma, São Pedro e São Paulo.

A imposição do pálio decorreu no início da Missa de ordenação episcopal dos novos bispos auxiliares para o Patriarcado de Lisboa, D. Nuno Isidro e D. Alexandre Palma.

D. Rui Valério fez a profissão de fé, diante de D. Ivo Scapolo, antes de se ajoelhar junto do núncio apostólico.

O responsável diplomático da Santa Sé destacou que o “sinal de autoridade metropolitana” é um símbolo de unidade e garantia de comunhão com a Sé Apostólica”.

Em 2015, Francisco decidiu modificar a celebração de entrega dos pálios aos novos arcebispos metropolitas, deixando de impor esta insígnia no Vaticano, uma tarefa agora confiada aos núncios apostólicos (representantes diplomáticos da Santa Sé).

O pálio é envergado pelos arcebispos metropolitas nas suas dioceses e nas da sua província eclesiástica.

Este sistema administrativo veio da divisão civil do Império Romano, depois da paz de Constantino (313); em Portugal há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora.

“O pálio pode ser símbolo da ovelha perdida que o Bom Pastor coloca aos ombros e reconduz aos caminhos do Senhor. Também este gesto será sinal para renovarmos a consciência de que Jesus é o Pastor que conduz a Igreja”, explicou D. Rui Valério, numa carta enviada ao clero e comunidades de Lisboa.

O responsável foi nomeado como patriarca de Lisboa por Francisco, a 10 de agosto de 2023, sucedendo no cargo a D. Manuel Clemente, que apresentou a sua renúncia ao Papa, após ter atingido o limite de idade (75 anos) determinado pelo Direito Canónico para o exercício do ministério.

Lisboa, onde a presença da Igreja remonta aos primeiros séculos do Cristianismo, foi elevada a metrópole eclesiástica, em 1393; em 1716 o Papa Clemente XI elevou a capela real a basílica patriarcal, ficando a antiga diocese dividida em duas até 1740, ano em que foi reunificada.

OC

Vaticano: D. Rui Valério realça «comunhão» entre o Papa e Lisboa

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Agência ECCLESIA

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