Lisboa: Normas sobre exorcismos e funerais

Cardeal-patriarca pede articulação entre ciências médicas e assistência espiritual para responder a aumento de pedidos de ajuda

Lisboa, 03 fev 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa publicou um conjunto de normas sobre a celebração de bênçãos, funerais e exorcismos, apelando, no caso destes últimos, a uma “boa articulação” entre as ciências médicas e a assistência espiritual.

No documento, publicado pela página do Patriarcado na Internet, revela-se que “tem vindo a aumentar o número de pessoas que, por se considerarem atormentadas pelos poderes do mal, recorrem à Igreja, procurando auxílio espiritual”.

As ‘Normas Pastorais’, com data de 25 de janeiro, reúnem um conjunto de indicações que visam “inserir as regras canónicas e litúrgicas para a celebração dos Sacramentos e Sacramentais num processo de pastoral dinâmica, de evangelização”.

Nesse sentido, D. José Policarpo pede um “acolhimento personalizado” de quem procura a Igreja para um exorcismo, para permitir “o discernimento de cada caso, também no que diz respeito a eventuais perturbações do foro psicossomático”.

“Ignorá-las ou desprezá-las é uma falta de respeito pela pessoa que sofre, porque o induz em erro, o leva facilmente a uma passividade, que o impede de um verdadeiro ato de fé, e pode mesmo dificultar a sua cura”, pode ler-se.

As novas normas apelam aos padres, para que “estejam suficientemente preparados e esclarecidos sobre o modo de acolher e ajudar essas pessoas”.

O exorcismo, precisa o documento, tem por finalidade “expulsar os demónios ou libertar da influência diabólica”, pelo que cabe ao sacerdote “distinguir corretamente” os casos de “ataque do diabo”.

Em caso de celebração do exorcismo, é pedido que este se realize “de modo que se manifeste a fé da Igreja e não possa ser considerado por ninguém como ação mágica ou supersticiosa”, evitando fazer dele “um espetáculo para os presentes”.

“Todos os meios de comunicação social estão excluídos, durante a celebração do exorcismo, e também antes dessa celebração; e concluído o exorcismo, nem o exorcista nem os presentes divulguem qualquer notícia a seu respeito, mas observem a devida discrição”, assinala o ponto 46 do documento.

As normas agora publicadas vêm completar o documento que tinha sido publicado pelo Patriarcado de Lisboa, em 18 de maio de 2008, sobre os Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia).

No que diz respeito aos funerais, o Patriarcado recorda que são “uma celebração da Igreja” e um “ato de culto”, pelo que se devem observar “as leis litúrgicas” e as disposições do Código de Direito Canónico.

“Com este fim e também para não provocar ou agravar divisões no interior das comunidades, não devem aceitar-se, a cobrir os féretros, bandeiras de agrupamentos políticos partidários, sejam eles quais forem”, refere o texto.

Entre as normas previstas para os casos de cremação sublinha-se que “não se devem lançar as cinzas do corpo humano à terra”.

NRF/PL/OC

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Agência ECCLESIA

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