Patriarca presidiu a Missa pelas vítimas do acidente no Elevador da Glória, rezando pela recuperação dos feridos

Lisboa, 04 set 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, presidiu hoje a uma Missa pelas vítimas do acidente desta quarta-feira no Elevador da Glória, na Igreja de São Domingos (Rossio), manifestando solidariedade aos mortos, feridos e suas famílias.
“Hoje, não temos respostas fáceis para o mistério da morte nem para a dureza desta tragédia. Mas podemos afirmar com certeza que Deus não deixa de estar presente, que Ele acompanha cada vida e que acolhe no seu amor aqueles que partem deste mundo”, disse, na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA.
O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou na tarde de quarta-feira, causando 16 mortos e duas dezenas de feridos, de várias nacionalidades.
“Reunimo-nos aqui, com o coração pesado, para confiar ao Senhor as vítimas deste trágico acidente que enlutou tantas famílias e abalou toda a nossa Cidade de Lisboa. Rezamos também pelos feridos, pedindo ao Deus da vida que lhes conceda rápida recuperação e que os encha de esperança”, observou, numa Eucaristia concelebrada por D. Nuno Isidro, bispo auxiliar, e pelo cardeal D. Américo Aguiar, bispo de Setúbal, além de vários sacerdotes.
“Não cessamos de orar por aqueles que partiram de forma tão repentina, pelos que sofrem nos hospitais, pelas famílias que choram, e por todos os que, no meio desta provação, procuram sentido e força para continuar”, prosseguiu D. Rui Valério.
O responsável católico afirmou que, neste momento de dor, a Igreja “torna-se lugar de acolhimento e de oração, onde cada lágrima encontra ressonância e cada coração ferido encontra consolação”.
“Nesta hora de dor e luto, o nosso olhar está embaciado por lágrimas de sofrimento, de incredulidade, de amargura”, acrescentou.
O Governo português decretou para hoje um dia de luto nacional, a que Conferência Episcopal Portuguesa se associou, convidando “à oração particular e comunitária pelas vítimas mortais deste trágico acidente e pelo sofrimento das suas famílias e amigos, para que encontrem esperança e ânimo na reconstrução do futuro”.
“Quem puder está convidado a participar na Missa pelas vítimas do acidente presidida pelo patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, na Igreja de São Domingos (ao Rossio em Lisboa), nesta quinta-feira, pelas 19h00”, acrescentava a nota dos bispos católicos.
O patriarca de Lisboa evocou, na homilia, a “preciosidade da vida”, recordando a “urgência de viver cada dia com sentido, em gratidão e em solidariedade”.
“Hoje, rezamos de modo especial pelas vítimas, para que o Pai misericordioso as receba na herança da luz eterna, como escutámos na Carta aos Colossenses. Rezamos pelos feridos, para que sintam a força de Deus e o carinho humano que os rodeia”, declarou.
Rezamos pelas famílias, para que a fé seja o seu amparo e para que nunca lhes falte a solidariedade de todos nós. Rezamos por todos os homens e mulheres da Proteção Civil, bombeiros, médicos e todos os profissionais de saúde, autoridades e voluntários que, com generosidade, se colocaram e colocam ao serviço, para ajudar os que sofrem.”

Um dia depois do momento em que a máquina “traiu” quem viajava em Lisboa, D. Rui Valério sublinhou a fragilidade da vida e convidou à fé em Deus, apresentando a oração como “raio de sol que oferece luz e calor”.
“Pela oração experimentamos que não estamos sozinhos e que estes nossos irmãos que partiram não estão sozinhos: contam com Deus que é Pai de amor e misericórdia e contam com a nossa oração fraterna e sincera”, declarou.
Não temas, tu que choras a perda do teu familiar ou amigo. Não temas, cidade de Lisboa, de continuar a ser lugar de fraternidade. Não temas tu, cujo coração parece estar envolvido pelas trevas mais densas e escuras: Deus ama-te! Deus ama estes nossos irmãos por quem rezamos. Deus não abandona ninguém!”
No final da homilia, o patriarca de Lisboa rezou pela intercessão de Maria, para que “acompanhe as famílias” atingidas pelo acidente.
“E que nós, como comunidade, saibamos transformar o luto em gestos de proximidade e a dor em compromisso de vida fraterna”, apelou.
A Missa contou com a participação do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, entre outros responsáveis políticos, das Forças de Segurança e representantes da sociedade civil, além de centenas de fiéis.
Ao início da tarde, o Papa tinha enviado a D. Rui Valério uma mensagem de condolências, rezando pelos mortos, feridos, famílias e todos os envolvidos nas operações de socorro.
“O Sumo Pontífice, informado da triste notícia do acidente ocorrido ontem em Lisboa, do qual se registam várias vítimas mortais e feridos, pede a vossa excelência que transmita às famílias enlutadas sentidas condolências, bem como a sua proximidade espiritual”, refere o texto, enviado ao patriarca de Lisboa, através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa confirmou o falecimento de quatro dos seus colaboradores, na sequência do acidente, anunciando a celebração de uma Missa esta sexta-feira, pelas 12h30, na Igreja de São Roque, em “homenagem aos trabalhadores que foram vítimas nesta tragédia”.
OC
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