Responsável pelo Departamento da Pastoral do Turismo, no patriarcado de Lisboa, e do projeto Quo Vadis, fala num percurso consolidado da Igreja nesta área, visível nas parcerias e nos projetos que estabelece, mas também do esforço continuo de qualidade e sensibilização para acolher e informar quem visita o território
Lisboa, 15 ago 2025 (Ecclesia) – José Manuel Pimenta, responsável pelo departamento da pastoral do Turismo, no patriarcado de Lisboa, e do projeto Quo Vadis, afirmou hoje não existirem “demasiados turistas” na cidade, mas lamentou estarem “mal distribuídos”.
“É fácil chegarmos à Baixa de Lisboa ou à zona de Belém e ficarmos esmagados com a quantidade de turistas que por ali passam todos os dias, e que, na realidade, procuram sempre os mesmos sítios, desconhecendo muitos outros que poderiam visitar”, explica o responsável à Agência ECCLESIA.
“O que a Pastoral do Turismo pretende, através do nosso trabalho, das parcerias que vamos criando, é ter propostas de itinerários de visita dispersos pela cidade e pelo território”, acrescenta.
José Manuel Pimenta explica que aquando da criação do projeto Quio Vadis, em 2017, uma aplicação e portal da Internet que permite aceder a itinerários de visitas, propostas culturais, horários de igrejas, entre outras informações, deram conta da existência de mais de “200 igrejas no território.
“Igrejas que podiam ser visitadas, fruídas, que são herdeiras de uma história, de um património, de experiências de séculos de devoção, também do que é o quotidiano muitas pessoas que ao longo da história viveram, fizeram a sua vida na cidade de Lisboa, e que muitas delas materializam essa dimensão muito humana, mas ao mesmo tempo muito espiritual”, traduz.
O responsável fala num trabalho “credível” que se tem constituído como parceiro de entidades públicas e privadas, procurando que o olhar da Igreja na área do Turismo tenha lugar.
“Temos uma excelente relação com a Câmara Municipal, com a empresa ‘Lisboa Cultura’, com os Museus de Lisboa, com a Santa Casa da Misericórdia, com a entidade regional do turismo de Lisboa e também a nível nacional com o turismo de Portugal. Nos últimos anos têm sido várias as atividades e projetos realizados em parceria que, de uma forma bastante positiva, demonstram como a Igreja, às vezes com muito menos recursos, consegue fazer trabalhos excecionais e de igual qualidade “, sublinha.

José Manuel Pimenta fala do esforço de manter e formar parcerias também com as comunidades e paróquias, sensibilizando para a sua abertura, assim como a formação necessária de agentes preparados para informar e acolher.
O responsável, que integra também a equipa da Pastoral do Turismo nacional, assinala o caminho que a Igreja católica tem feito de valorização do seu património, para fins turísticos, percebendo também que a abertura e preservação dos espaços são pontes de espiritualidade e “lugares de beleza”.
“Sabemos que Portugal é díspar também em presença turística e religiosa mas, claramente, o que nós temos tentado fazer é valorizar o património de todas as dioceses para que um turista possa que uma experiência de qualidade em qualquer ponto do país, percebendo, simultaneamente, que aquela igreja, enquanto espaço de fé, aquelas pedras que ali estão construídas, são herdeiras de uma história, que é preciso saber contar, porque através da beleza, através da verdade, um coração pode ser mudado”, traduz.
José Manuel Pimenta dá conta de percursos a realizar, bem como de ofertas culturais que organizam, para dar a conhecer o património e o território.
O programa ECCLESIA, emitido ao sábado na Antena 1, vai percorrer algumas dioceses e abordar a presença da Igreja, através da pastoral do turismo, que procura sinergias que cuidem do património e sejam também um caminho onde a fé se conhece.
LS