Lisboa: Missa e procissão de Santo António evocam figura inspiradora para mudança pessoal e social

«Não temos de ter tudo para nós, à custa de menos para os outros», disse D. Américo Aguiar, que presidiu às celebrações

Foto: RR

Lisboa, 14 jun 2019 (Ecclesia) – Milhares de pessoas participaram esta quinta-feira na Eucaristia e na procissão solene que assinalam, anualmente, a festa de Santo António de Lisboa, junto ao local onde nasceu o religioso português.

As celebrações foram presididas por D. Américo Aguiar, bispo auxiliar do Patriarcado, que percorreu as ruas da capital portuguesa com a relíquia de Santo António na mão e junto ao peito, evocando o exemplo dos franciscanos.

“Que também nós sejamos tocados por esse testemunho sempre, na simplicidade da nossa vida. Não temos de ter tudo para nós, à custa de menos para os outros. Deus providencia e providenciou tudo para todos, o problema é que alguns acham que é tudo para eles e mais nada para os outros”, declarou, no final da procissão.

O percurso pelas ruas de Alfama, que terminou em frente à Sé, foi acompanhada, como é tradição, pelas imagens de Santo António, São João Batista, São Miguel, Santo Estêvão, São Vicente e São Tiago.

Na Missa a que presidiu na Igreja de Santo António, horas antes, D. Américo Aguiar desafiou todos os participantes a serem o “sal da terra”, fazendo a diferença.

“A nossa presença no mundo, na família, no trabalho, é insossa ou é temperada? A nossa presença em algum lado faz a diferença? Se nós desaparecermos da nossa família, do nosso trabalho, dos nossos amigos, do nosso bairro, da nossa comunidade, alguém dá por ela? As coisas ficam insossas? É bom que deem por ela. Significa que somos sal”, realçou, numa homilia citada pela Renascença.

O bispo auxiliar de Lisboa lembrou os primeiros passos de Santo António e sublinhou que é preciso parar e ouvir Deus.

“Às vezes não permitimos que Deus faça essa comunicação dentro do nosso ouvido, porque o ruído do mundo é muito elevado. As nossas preocupações, nos nossos problemas, a lufa-lufa, a saúde, a doença, o trabalho, os filhos e os netos, o dinheiro, a falta dele… É tanta coisa de manhã à noite que Deus não tem a oportunidade, o momento de sossego, para nos falar”, apontou D. Américo Aguiar.

No final da celebração desta quinta-feira, o bispo auxiliar de Lisboa ofereceu o seu solidéu à igreja de Santo António.

Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, acompanhou a procissão solene, falando de Santo António como “símbolo” da capital.

A este respeito, D. Américo Aguiar desafiou os portugueses a assumir o seu orgulho nesta figura, que em muitos locais é conhecido como ‘Santo António de Pádua’, a cidade italiana onde faleceu e onde são venerados os seus restos mortais.

O bispo auxiliar de Lisboa deixou outro recado: Santo António é português, mas também temos de fazer por isso.

“Ficamos chateados dizem Santo António de Pádua, mas nós temos de fazer por isso, todos nós, a cidade. Temos de ter orgulho de testemunhar que o António é nosso, não é só que a taça é nossa, é que o António é nosso”, afirmou D. Américo Aguiar, que se estreou na procissão de Santo António em Lisboa.

OC

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Agência ECCLESIA

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