Lisboa: Jornada de Formação Permanente reuniu clero da diocese em iniciativa online

D. Manuel Clemente deixou indicações a partir das últimas encíclicas do Papa, «de inegável atualidade e importância»

Lisboa, 28 jan 2021 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa encerrou esta quarta-feira a Jornada de Formação Permanente que reuniu o clero da diocese, em iniciativa online, apresentando indicações a partir das últimas encíclicas do Papa, ‘Laudato si’ (2015) e ‘Fratelli tutti’ (2020).

As duas encíclicas do Papa Francisco referem-se a dois temas de inegável atualidade e importância, tanto para a sociedade em geral como para a Igreja que somos”, destacou D. Manuel Clemente, numa intervenção divulgada pelo Patriarcado de Lisboa.

O cardeal destacou que, na ‘Laudato si’, o Papa propõe “uma ecologia completa, como ‘casa’inteiramente preenchida, quer em cada um dos seus habitantes quer na relação que mantenham entre si e com tudo”.

O responsável convidou os participantes a uma “ecologia integralmente sentida e convivida”, sublinhando que esta “é a melhor introdução à vida com Deus”.

“Tudo o que a ‘Laudato si´ nos traz para a salvaguarda ambiental é reforçado, cinco anos depois, pela ‘Fratelli Tutti’ em termos de ecologia social, anda mais urgente no contexto pandémico”, acrescentou.

Com o confinamento que as circunstâncias nos impõem, temos utilizado novas possibilidades técnicas para transmitir celebrações e acompanhar pessoas. E muito bem o temos feito e continuaremos a fazer, mesmo depois, para complementar a comunicação presencial”.

D. Manuel Clemente destacou que “a existência de cada um é coexistência com todos”, reforçando os alertas do Papa contra discursos de exclusão e em defesa da vida.

“Cada ser humano, da conceção à morte natural tem uma dignidade intrínseca que nenhuma limitação física ou psíquica diminui; que esta consciência e sentimento nos motivam a amar e a acolher a todos e a cada um”, apelou.

A intervenção sublinhou a necessidade de reconhecer “sacralidade do outro” e vocação da humanidade “à comunhão universal”.

A Jornada de Formação Permanente do Clero do Patriarcado de Lisboa teve como tema “Ler a ‘Fratelli Tutti’ no Ano ‘Laudato Si’”.

Entre os conferencistas convidados este o presidente da ‘Caritas Internationalis’, cardeal Luis António Tagle, que falou sobre o tema “Responder ao clamor da Terra e ao clamor dos pobres: somos todos irmãos”.

“A pandemia e a quarentena podem ser usadas, pelos padres, para se conhecerem melhor a si próprios. No confinamento, muitas coisas vêm à superfície do nosso coração e da nossa mente, pelo que a pandemia é um momento privilegiado para nós nos conhecermos, novamente, a nós mesmos. Quando já não controlamos a situação, quando não conseguimos fazer as atividades que habitualmente fazemos, vemo-nos reativos, de muitas maneiras, e, para mim, é importante a formação contínua para nos conhecermos a nós próprios”, referiu o colaborador do Papa.

O cardeal filipino, citado pelo jornal ‘Voz da Verdade’, do Patriarcado de Lisboa, convidou a uma reflexão acerca dos programas pastorais.

“Este é também um tempo para revermos e reavaliarmos os nossos programas pastorais, especialmente no que se refere à família, aos jovens, aos pobres e à comunicação social. Por exemplo: preparamos as nossas famílias para transmitir a fé? Durante a pandemia, elas têm de viver juntas e será que ensinamos os pais a serem catequistas?”, questionou.

OC

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