Lisboa: JMJ será apenas «ato cultural» se não tiver consequências no compromisso cristão, avisa cardeal-patriarca

D. José Policarpo diz que regresso de Madrid vai servir para avaliar «fecundidade» de um encontro que tem de ter «continuidade»

Lisboa, 16 ago 2011 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa considera que a participação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que começa hoje em Madrid, deve ter efeitos no compromisso apostólico dos participantes.

“As Jornadas seriam apenas um ato cultural se não tivessem consequências na linha de vos despertar para a generosidade e ousadia de serem cristãos a sério no mundo de hoje”, sublinha D. José Policarpo numa mensagem de três minutos publicada no sistema de partilha de vídeos YouTube.

O também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa frisa que “as Jornadas têm de ter continuidade” e salienta que o regresso da capital espanhola vai servir para avaliar a “fecundidade” de um encontro onde Bento XVI vai estar presente a partir de quinta-feira.

“Quando voltardes à nossa diocese, eu, o vosso bispo, conto convosco para crescerdes na fé e para serdes testemunhas vivas desta ousadia, que eu partilho convosco, de acreditar em Nosso Senhor Jesus Cristo”, afirma.

D. José Policarpo, que este domingo assinalou em Lisboa os 50 anos de ordenação sacerdotal, numa missa que teve como convidados os dois mil jovens que o Patriarcado leva à JMJ, mencionou as “atitudes que é preciso cultivar” para o acolhimento da Bíblia, começando pela “disponibilidade interior para escutar”.

“Se ides apenas à procura de vós mesmos ou de projetos que já fizestes, não vos deixareis surpreender pela palavra”, declara o prelado, para quem o “contexto” da JMJ, com a participação do Papa e a presença de centenas de milhares de jovens, pode predispor a uma “disponibilidade maior para seguir em frente num projeto cristão”.

Para o cardeal-patriarca, a JMJ e as atividades preparatórias que a antecederam nas paróquias espanholas podem contribuir para a “descoberta da Igreja no seu realismo”, nomeadamente “na maneira como ela está implantada na sociedade e na história”.

Na eucaristia em que assinalou meio século de padre, no mosteiro dos Jerónimos, o cardeal-patriarca procedeu ao envio da maior delegação diocesana portuguesa à Jornada, tendo frisado que “não vale a pena” ir a Madrid “só porque é engraçado”.

A 26.ª JMJ, que se realiza até domingo sob o lema “Enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé”, conta com mais de 400 mil inscritos, incluindo cerca de 12 mil portugueses, sendo aguardados mais de um milhão de peregrinos.

O portal Agência ECCLESIA está a acompanhar a edição de 2011 da Jornada Mundial da Juventude com uma secção dedicada ao encontro, onde além de notícias atualizadas se inclui a edição especial em «pdf» criada para o evento, bem como vídeos e ligações ao site oficial da JMJ.

RM

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