D. José Policarpo destaca importância do celibato dos sacerdotes e elogia Papa Francisco
Lisboa, 28 mar 2013 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa abordou hoje na missa crismal, a que presidiu na Sé, os desafios que se colocam ao sacerdócio, destacando a importância do celibato e da “santidade” para evitar “escândalos”.
“As infidelidades a esta consagração virginal, no celibato, estiveram no centro dos recentes escândalos do clero. O celibato dificilmente se aguenta concebido apenas como privação”, alertou D. José Policarpo, na sua homilia, enviada à Agência ECCLESIA.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa salientou que as reflexões dos cardeais que participaram no último Conclave apontaram para a necessidade de cortar com o passado recente, de uma “Igreja ferida pelos pecados de tantos sacerdotes, que escandalizaram o mundo”.
Os responsáveis católicos presentes em Roma – acrescentou – concordaram que a mudança de paradigma deve assentar primeiro no “testemunho de santidade e de vida entregue à Igreja”, que “a maior parte” do clero continua a dar ao mundo, em “fidelidade a Cristo e aos irmãos”.
Para o cardeal-patriarca, o momento atual deve levar os sacerdotes a entregar-se ao “entusiasmo pela santidade, exigida pelo seu ministério”, de buscarem “conversão” e de tem “confiança na misericórdia” de Deus e da Igreja, porque tal como ficou claro durante e depois do Conclave, “a Igreja será sempre o lugar de misericórdia”.
D. José Policarpo considera que “o Papa Francisco”, depois da sua eleição, “já deu sinais de querer conduzir a Igreja para esse tempo de esperança, de autenticidade e simplicidade evangélica”.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa acredita que o sucessor de Bento XVI vai ajudar a Igreja e o clero “não apenas a sanar os pecados, mas a evitá-los, na consciência clara de que o sacerdócio é uma exigência de santidade”.
Falando diretamente para os padres que participaram na missa crismal de Quinta-feira Santa, o cardeal-patriarca de Lisboa desafiou-os a “neste Ano da Fé, aceitarem com firmeza” as exigências da sua missão, enquanto “agentes da salvação” dos povos, por intermédio de Cristo.
D. José Policarpo destacou a importância da salvaguarda do celibato, da prática da caridade para com as comunidades paroquiais e da convivência fraterna entre os sacerdotes, apontando que “a mentira na maneira de amar pode significar a mentira de toda a vida”.
“O nosso sacerdócio não é só função, é anúncio desse amor definitivo que Cristo mereceu para nós, no seu sacrifício pascal”, concluiu.
O Patriarcado de Lisboa transmite em direto pela televisão e internet algumas das celebrações que decorrem na sé desde hoje até Domingo de Páscoa.
As celebrações podem ser seguidas pela internet na página do Patriarcado e no portal Sapo, e na televisão pelo novo canal 210021, disponível para os subscritores do serviço ‘Meo’.
JCP/OC