Bruxelas, 31 jan 2025 (Ecclesia) – A organização Europa Nostra e o Instituto do Banco Europeu de Investimento anunciaram que a igreja e o convento dos Paulistas, em Lisboa, estão entre os 14 monumentos e sítios “mais ameaçados na Europa”, candidatos a apoio.
“Os 14 monumentos e sítios em perigo, oriundos de 14 países europeus, foram selecionados por um painel consultivo composto por peritos em história, arqueologia, arquitetura, análise de projetos e finanças. As candidaturas dos sítios ao Programa ‘Os 7 Mais Ameaçados’ foram feitas ou apoiadas por membros da Europa Nostra, bem como por membros da Aliança Europeia do Património”, informou a organização europeia de defesa e promoção do património, esta quinta-feira, dia 30 de janeiro.
Entes os 14 monumentos e locais patrimoniais “mais ameaçados da Europa pré-selecionados para 2025” está o completo igreja de Santa Catarina e convento dos Paulistas, em Lisboa, que constituem um “magnífico exemplo de arquitetura religiosa barroca do século XVIII”.
“A forma como este complexo monástico se insere no tecido urbano do centro histórico da cidade testemunha o génio de arquitetos, pedreiros e urbanistas. Construídos numa encosta íngreme de Lisboa, a Calçada do Combro, próximo do Chiado, a Igreja e o Convento dos Paulistas estão classificados como Monumento Nacional desde 1918”, acrescenta a Europa Nostra.
A candidatura do convento e da igreja dos Paulistas ao Programa ‘Os 7 Mais Ameaçados’ foi feita pela associação da sociedade civil ‘Fórum Cidadania Lx’, o Comité Consultivo desse programa destacou que “constituem um importante marco histórico” e que “apesar da sua degradação, continua a ser um magnífico exemplo de arquitetura religiosa e planeamento urbano”.
“No entanto, o edifício necessita urgentemente de ser restaurado, devido aos graves danos causados pela água que afetam a estrutura, as pinturas e outros elementos artísticos. É, por isso, crucial que se intervenha rapidamente para que este valioso património possa ser salvaguardado”, acrescenta o Comité Consultivo do Programa ‘Os 7 Mais Ameaçados’.
No comunicado explica que os 14 monumentos e locais patrimoniais “mais ameaçados da Europa pré-selecionados para 2025” foram selecionados tendo em conta “o seu notável valor patrimonial e cultural, a grave situação de risco em que se encontram”, e, neste contexto, também foram considerados “essenciais” o envolvimento de vários atores públicos e privados e o empenho das comunidades locais “em resgatar esses monumentos”, como a igreja de Santo Estevo de Pousada, em Espanha; um mosteiro e povoação na Arménia; uma estação ferroviária na Áustria; o Teatro Nacional de Oslo, na Noruega; dois castelos – Dinamarca e Grécia; a Sinagoga de Orla, na Polónia, um complexo de piscinas em Gotemburgo, na Suécia.
“Outro critério importante foi o potencial desses sítios para servir como recurso e motor do desenvolvimento sustentável da região onde estão localizados”, informou a Europa Nostra, federação pan-europeia de organizações não-governamentais ligadas ao património.
O presidente executivo da Europa Nostra afirmou que “desenvolvimento inadequado, demolição, falta de financiamento ou negligência são as principais ameaças a estes monumentos e sítios”, por isso, apoiam “os ativistas e as comunidades que estão fortemente empenhados em salvá-los”.
“Todos temos a responsabilidade de preservar e valorizar os tesouros culturais da Europa. O nosso património é fundamental para a construção de um futuro mais pacífico, coeso e sustentável”, acrescentou Hermann Parzinger.
A ‘Europa Nostra’, organização europeia de defesa e promoção do património, é representada em Portugal pelo Centro Nacional de Cultura (CNC); o programa ‘Os 7 Mais Ameaçados’, desde o lançamento em 2013, “tornou-se uma iniciativa líder da sociedade civil” para a salvaguarda do património europeu em perigo, “atuando como catalisador para reunir apoios públicos e privados, incluindo financiamento”.
CB/PR