Lisboa: Freguesia dos Olivais promove diálogo sobre catolicismo

Iniciativa termina hoje com fogo do conselho pelos escuteiros

Lisboa, 29 mai 2015 (Ecclesia) – A Casa da Cultura da Junta de Freguesia dos Olivais, em Lisboa,  dedicou a iniciativa "Diálogos Inter-Religiosos" à Igreja Católica, que foi convidada a mostrar que a “presença dos cristãos é construtiva no meio dos homens”.

O pároco das Paróquias de Olivais-Sul e de Santa Maria dos Olivais, do Patriarcado de Lisboa, explicou que foi-lhe pedida uma comunicação sobre a “importância da Igreja na comunidade civil”.

“Mostrar que a presença dos cristãos é construtiva no meio dos homens. É um espaço de encontro e procura promover esta maneira nova do Evangelho, de ser homem, de participar na vida da sociedade”, assinalou o padre Bruno Machado à Agência ECCLESIA.

Segundo Catarina Mateus, colaboradora da Casa da Cultura da Junta de Freguesia dos Olivais, o objetivo deste ciclo é mostrar cada religião “sobretudo a parte cultural, das instituições, a intervenção na sociedade, a ação social”.

A iniciativa Diálogos Inter-Religiosos termina hoje com o ‘Fogo do Conselho’, às 21h00, pelos escuteiros do agrupamento 61 e começou com a apresentação do centro de dia da Paróquia de Santo Eugénio, esta quinta-feira.

“Darmo-nos a conhecer uns aos outros, cada um com as suas crenças, e fazermos esta partilha do que são as nossas ideias e práticas é caminho para haver maior respeito, maior cultura”, desenvolveu a interlocutora.

O evento que a Junta de Freguesia dos Olivais promove, em parceria com a Associação Cultural Gomes Freire de Andrade, já refletiu sobre “o judaísmo, budismo, hinduísmo e o cristianismo na vertente protestante”.

Para o sacerdote, esta iniciativa é uma espécie de “areópago” onde “não é comum” a Igreja Católica estar presente e onde pode fazer a sua proposta, “mostrar caminho”.

“Estamos longe daquele tempo da cristandade em que todos os homens, neste canto da Europa, nasciam cristãos e existem muitas dimensões relacionadas com a fé, com a Igreja que são estranhas aos homens contemporâneos”, acrescentou o padre Bruno Machado.

Neste contexto, observa que o convite é uma oportunidade de “abrir a casa” e mostrar o que a Igreja tem para oferecer, “que é sempre Jesus Cristo e o projeto do homem novo”.

Catarina Mateus frisa que cada vez mais as paróquias “têm de se envolver com a comunidade”, essencialmente em “tempos de crise” como o atual.

“É muito importante que estas instituições continuem o seu trabalho e continuem a partilhar o seu apoio com todos, com a comunidade em geral”, apelou.

Por sua vez, o responsável pelas Paróquias de Olivais-Sul e de Santa Maria dos Olivais considera que mais do que preconceito em relação à Igreja “há muito desconhecimento”, “sobretudo nas questões fraturantes da Doutrina Cristã”, porque a maioria dos homens não “aceita o desafio de entrar dentro da Igreja”.

O sacerdote falou para lados geracionais opostos da sociedade, uma sala cheia com utentes dos Centros Sociais Paroquias de Olivais Sul e Santa Maria dos Olivais e com as crianças do ATL Olivais Cool que antes partilharam histórias sobre solidariedade.

“Os nossos idosos têm algo a dar aos mais jovens e ao contrário também como a alegria, a vontade de continuar a fazer e transmitir solidariedade”, revelou Glória Cerqueira, animadora do grupo de idosos do Centro Social Paroquial de Nossa Senhora da Conceição de Olivais Sul.

Os utentes deste centro, que estão habituados e “gostam sempre de estar com os jovens”, contaram uma história sobre um semeador de tâmaras que tem subjacente a mensagem do que hoje se semeia “amanhã outros vão colher, solidariedade a longo prazo”.

CB

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Agência ECCLESIA

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