Jovem realizou desejo de receber sacramentos da iniciação cristã, durante a Vigília Pascal, na Sé de Lisboa, depois do «empurrão» da JMJ
Lisboa, 02 abr 2024 (Ecclesia) – Miguel Rosa, de 19 anos, recebeu o Batismo na última Vigília Pascal, na Sé de Lisboa, um ano depois de iniciar o caminho para receber os sacramentos da iniciação cristã.
“Finalmente, concretizou-se este ano!”, afirmou o jovem, para quem, na sua vida, “não há propriamente uma história de conversão”.
“Eu sempre me quis batizar desde pequenino, porque a minha família é toda ligada à Igreja, é toda batizada menos eu. E a primeira vez que me lembro de entrar numa Igreja foi como menino das alianças. Eu tinha uns cinco anos, foi em 2010, e fiquei fascinado com tanta gente, com a Igreja, com aquilo tudo”, relata.
O entrevistado, que frequenta o 1.º ano da licenciatura em Biologia no Instituto Superior de Agronomia, diz que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 foi o “empurrão” para se tornar cristão.
“Acho que a Jornada foi um momento de aprofundamento da fé e foi um evento que superou todas as minhas expectativas e que, se Deus quiser, participarei na próxima edição”, destaca.
O jovem assume que só tomou conhecimento do encontro porque se realizava em Lisboa e o Papa Francisco estaria presente.
“E um evento mundial de jovens eu pensei: ‘eu tenho de lá estar’”, lembrou.
Miguel Rosa inscreveu-se para ser voluntário paroquial e concretizou o objetivo, que descreve como “um ato de servir o outro”.
Gostei muito de ajudar os peregrinos que viram até à minha paróquia, em Alverca. Vieram vários peregrinos de vários pontos do país, nomeadamente do norte, Lamego, Porto, ali da zona de Trás-os-Montes. E gostei muito de acolhê-los onde vivo”.
Ao longo de uma semana, o jovem ajudou a servir pequenos-almoços, a encaminhar peregrinos para os pavilhões, contribuindo para a orientação da logística.
“Eu conheço algumas pessoas que não são propriamente católicas, mas que participaram na Jornada e acho que é um evento que também celebra a liberdade religiosa”, disse, sobre o impacto do evento.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o estudante adianta que integrou este ano o projeto católico de universitários “Missão País”, em que, durante uma semana os jovens são chamados a missionar em lares, creches e escolas.
“A Missão País também foi um projeto que eu conheci há muito pouco tempo. Reparei que havia em todas as faculdades do país e participei. […] Era algo que eu não estava muito habituado, a ter várias orações ao longo do dia, o Terço, a Missa, houve a Via-Sacra. E era algo que eu não estava nada habituado e que gostei muito de participar”, referiu.
Estas experiências vieram confirmar ainda mais a decisão tomada por Miguel de fazer parte da Igreja Católica, que culminou com o batismo na Vigília Pascal.
“Eu sempre tive o desejo de me batizar na Sé, que é uma igreja que gosto muito, que fica em Lisboa, fica ali na zona da Baixa. E, portanto, começou há mais ou menos um ano. Eu nem me lembro bem como é que foi. Eu comecei a mandar mails para o Patriarcado e para a Sé, depois reencaminharam-me para o pároco da Sé, que é o padre Jorge, e ele reencaminhou-me para o padre Marcelo de Alverca”, relata.
Durante a preparação, ao longo do período de catecumenado, o entrevistado conheceu várias pessoas que hoje fazem parte da sua vida: “Os meus padrinhos de batismo e de catequese, conheci-os na igreja, desde as pessoas que eu conheci também na Missão País, na Jornada, na minha paróquia. Conheci mesmo muitas pessoas e dos quais estou muito grato de as ter conhecido”.
Sobre a celebração em que recebeu os três sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia), o jovem reconhece que estava “um bocado nervoso”, mas que este foi um momento especial, porque foi “na Vigília Pascal, na Sé, com o patriarca”.
Daqui em diante, o estudante espera fazer parte de “um grupo de jovens” com o objetivo de alimentar a fé.
“Neste momento faço parte do CLU, que é o movimento de Comunhão e Libertação dos Universitários. Espero continuar, por exemplo, a participar em missas, em encontros, em peregrinações”, desejou.
Na celebração da Vigília Pascal do Patriarcado de Lisboa foram batizadas duas pessoas, sendo Miguel uma delas.
Esta Páscoa, 90 adultos, com mais de 16 anos, pediram para ser admitidos na Igreja, no Patriarcado de Lisboa.
A iniciação cristã dos adultos começa com o pré-catecumenado, seguindo-se um tempo ligado ao conhecimento de Jesus, da Igreja e das verdades da fé cristã, denominado de catecumenado, onde se inclui o Rito de Eleição, que marca a transição das catequeses para a vertente espiritual.
Depois de terem recebido os sacramentos da iniciação, os adultos aprofundam o conhecimento sobre o cristianismo e inserem-se progressivamente na vida das comunidades. O catecumenado, tal como foi pensado pela Igreja nos primeiros séculos, é a instituição que tem a missão de acompanhar estas pessoas no itinerário de fé até aos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia. |
LJ/OC