Funeral do sacerdote luso-holandês, de 87 anos, vai ser celebrado no sábado
Lisboa, 22 fev 2018 (Ecclesia) – O padre Dâmaso Lambers, sacerdote luso-holandês que dedicou a sua vida à pastoral nas prisões em Portugal, como capelão, e voz histórica da Rádio Renascença, faleceu hoje em Lisboa aos 87 anos de idade.
O seu corpo vai estar em câmara-ardente a partir desta sexta-feira, às 16h00, na igreja de Nossa Senhora do Amparo de Benfica.
O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, vai presidir às exéquias no sábado, às 10h30.
No dia 10 de junho de 2009 o padre Dâmaso Lambers foi condecorado pelo presidente da República, Cavaco Silva, com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Mérito.
Em 2011, o sacerdote recebeu uma homenagem da ‘Prison Fellowship International’, pelo seu trabalho de mais de 50 anos em favor dos presos, recorda o Patriarcado de Lisboa.
Por ocasião dos seus 60 anos de ordenação sacerdotal, em 2015, foi lançada a obra intitulada “Uma vida de doação”, com a chancela da Paulinas Editora.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Dâmaso Lambers falou das muitas “graças” que recebeu desde que abraçou a sua vocação, como padre na Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria.
“Eu queria realmente dar-me”, frisava o sacerdote, que quando foi ordenado em 1955 tinha como sonho ir para as ilhas Cook, na Nova Zelândia, como missionário, mas viu o destino trocar-lhe as voltas.
“O meu superior provincial disse-me: Pois, eu sei o que tu queres mas o cardeal-patriarca de Lisboa pediu mais três padres para as missões populares na província, e pensei em ti”, recorda o sacerdote.
Chegado a Portugal em 1957, uma das grandes memórias que guardava é a dos retiros que pregou aos novos sacerdotes, uma nova geração de pastores entre os quais estava um que depois chegaria a cardeal-patriarca, D. José Policarpo.
“Preguei o retiro da ordenação de D. José em 1962 e ele dizia sempre: tu deste-me o último empurrão”, confidenciou.
O padre Dâmaso Lambers começou por integrar as missões populares, anos antes, e colaborou depois na introdução dos Cursilhos de Cristandade em Portugal.
Em 1959, surgiu a oportunidade de ir trabalhar nas cadeias, uma missão que “marcou profundamente a sua vida”; em meados dos anos 80, fundou a Associação “O Companheiro”, para aqueles que se sentem rejeitados pela sociedade.
O padre Dâmaso foi presença diária aos microfones da Renascença, com os “Caminhos da vida”, e na Rádio SIM, com o apontamento “Boa Noite”.
As novas instalações da emissora católica portuguesa têm uma sala de reuniões com o nome do falecido sacerdote.
“A memória do padre Dâmaso Lambers deve ser escrita a esta luz: sublinhando o seu apostolado na e através da Rádio Renascença, o seu amor aos Cursilhos de Cristandade e às missões populares, o seu serviço aos presos — tanto na cadeia como no apoio à sua reinserção social, oficialmente distinguido”, pode ler-se na “nota de abertura” publicada no site da emissora.
OC