Vigília Ecuménica Jovem encheu Igreja do Campo Grande, no âmbito da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
Lisboa, 24 Jan (Ecclesia) – A Igreja do Campo Grande, em Lisboa, acolheu a Vigília Ecuménica Jovem, enquadrada na 103ª Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
Centrada essencialmente na leitura da Palavra de Deus, a iniciativa tomou como base o tema do Oitavário (18 a 25 de Janeiro), “Unidos no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fracção do pão e nas orações”, reunindo à volta da mesma mesa jovens das Igrejas Católica, Lusitana, Metodista e Presbiteriana.
Apesar deste ideal de unidade se celebrar nesta altura “de forma mais compacta”, o objectivo é “que no futuro possa percorrer o ano todo” defende o padre Tony Neves, membro do Movimento Ecuménico Jovem (MEJ), em declarações à ECCLESIA.
Aquele grupo tem aproveitado este tempo para promover junto de novos e menos novos a importância do diálogo e da partilha de opiniões entre as diversas doutrinas religiosas, cristãs e não cristãs.
“O ecumenismo é algo desejado por Jesus Cristo, todos nós rezamos para que seja pleno mas a verdade é que ainda não é” alerta o padre Carlos Gonçalves, responsável pelo Departamento da Juventude do Patriarcado de Lisboa.
Presente na celebração, o sacerdote católico defende que “os jovens não devem esconder a ruptura existente entre as várias confissões cristãs, devem sim dar passos para que ela um dia seja ultrapassada”.
Pela sua “abertura e falta de preconceito”, os mais novos são vistos como um veículo ideal na transmissão da mensagem ecuménica à camada adulta, por vezes pouco sensível a estas questões.
“Cada Igreja está, na maior parte das vezes, virada para si mesma. Esta semana é uma chamada de atenção para que gestos como esta vigília se estendam a outras actividades. Ainda estamos aquém do ideal” aponta Fernando Santos, da Igreja Lusitana.
O respeito pela diferença, pela diversidade, dentro da “única Igreja, que é de Cristo”, foi a principal mensagem da noite de oração, presente em cada gesto realizado.
Destaque para a procissão de entrada, onde 4 velas acesas acompanhavam o círio ecuménico, simbolizando a reunião das quatro Igrejas cristãs. Realce ainda para uma encenação, com suporte multimédia, onde se procurou precisamente demonstrar a riqueza da diversidade.
“Nós pregamos o mesmo Evangelho, acreditamos no mesmo Deus, e este é um momento que nos ajuda a crescer na fé e a reafirmar estes laços que têm crescido entre nós” explica a pastora Eva Michel, da Igreja Metodista.
Para além desta semana, aquela responsável destaca outros momentos de partilha, como o Fórum Ecuménico Jovem, que já vai na sua 12ª edição, e os encontros de Taizé.
“É importante construirmos relações de amizade e de paz, ouvirmos os outros em vez de os ignorarmos e pensarmos que somos os únicos no mundo” conclui.
JCP