Sacerdote assinala 25 anos de ordenação, depois de meses em sessões de quimioterapia
Lisboa, 29 jun 2021 (Ecclesia) – O padre António Pedro Boto, do Patriarcado de Lisboa, celebra hoje 25 anos de ordenação sacerdotal, num momento especial depois de meses em sessões de quimioterapia.
“Uma das coisas que nunca perdi foi o sentido de humor e dizia que tenho de gozar com o cancro antes que ele comece a gozar comigo”, sublinhou o padre António Boto sobre a luta que tem mantido, nos últimos tempos, com um cancro.
Este sacerdote considera-se “bem disposto”, mas reconhece que “às vezes aparecem momentos de desânimo”.
No dia 29 de junho de 1996, D. António Ribeiro ordenou um grupo de padres; hoje, 25 anos depois, o atual cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, foi celebrar, na igreja de Santa Catarina, com estes sacerdotes que completam as bodas de prata sacerdotais.
O padre António Pedro Boto foi o anfitrião da celebração, na igreja de que é pároco, devido à sua situação “menos famosa” de saúde.
“Sonhávamos ter outro tipo de festa, aberta a muita gente, mas a pandemia não permite”, frisou o sacerdote.
Ao longo destes 25 anos teve “momentos bons e maus” que fazem parte da vida dos padres, mas no último ano e meio, devido ao cancro, tudo foi “mais complicado”.
Apesar destes momentos, o padre António Boto considera que tem tirado “muitas lições com a doença”.
“Fui confrontado com um cancro na boca que é um instrumento de trabalho quer para a pregação quer para as aulas”, disse.
Quando esteve internado no IPO de Lisboa, este sacerdote ia à Missa na unidade hospitalar, onde se confrontava “tantos sinais de morte nas pessoas”.
A doença “ensina a valorizar coisas” que normalmente “não se valorizam”, assinala.
O padre António Pedro recorda um senhor “muito amigo, com quem fala todas as semanas e que tem a mesma doença”.
“Estamos cá para nos ajudarmos uns aos outros”, sublinha.
Para além do padre António Boto, celebram também as bodas de prata sacerdotais este ano, no Patriarcado de Lisboa, os padres Armindo Reis, José Miguel Pereira, Jorge Doutor, José Luis Costa, Jorge Anselmo, Ricardo Ferreira e Carlos Marques.
LFS/OC